O presidente do partido Democracia Cristã (DC), Alexandre Magalhães, está descontente com a falta de espaço da agremiação no governo de Ronaldo Caiado (DEM).
O presidente do partido Democracia Cristã (DC), Alexandre Magalhães, está descontente com a falta de espaço da agremiação no governo de Ronaldo Caiado (DEM). Em entrevista à Rádio Bons Ventos, afirmou que que vai ser um crítico da gestão estadual, mas não vai para a oposição. Ele reclama da falta de atendimento aos pleitos do partido na secretaria de Governo, conduzida por Ernesto Roller.
Qual sua opinião sobre os governos Bolsonaro e Caiado?
Sempre acreditando, não foi atoa que o DC foi o primeiro partido a compor a base do governador Ronaldo Caiado, apoiamos também o Bolsonaro no segundo turno, porque nós tivemos a fidelidade partidária com o nosso candidato Eymael. Mas, a esperança é grande, mas a gente está vendo que está sendo feito muita bobagem principalmente politicamente tem muitos erros nesses governos, no federal e no estadual.
Que bobagens são essas?
Eu vejo a parte política da Secretaria do governo totalmente perdida. Eu não vejo que ali tem secretário de governo, eu vejo solto, eu acho que não chega ao governador o que está acontecendo nos bastidores, os companheiros estão abandonados. Eu acho que tem muitos companheiros que tem um excelente currículo para estar participando desse governo e que estão sendo abandonados, e virou praticamente uma romaria lá na minha empresa me procurando, chorando, reclamando, mas paciência. Vamos ver o momento que eles vão acertar porque politicamente está errado.
Mas presidente, os secretários fazem o que a cabeça manda. Caiado diz que os partidos deram liberdade para ele montar e conduzir o governo, nós ouvimos essa expressão dele mais de uma vez, frente à frente inclusive.
Eu não ouvi isso frente à frente do nosso governador. Ele nunca chamou nós para fazer uma análise do governo, para fazer a composição de governo e prova disso é que alguns dos presidentes de partidos foram alocados agora, 30/60 dias e colocados arranjandos dentro de alguns locais. Depois de muita choradeira, muita reclamação aí sim foram arranjandos. Mas é assim que se fala, vamos deixar.
O senhor está falando de quais partidos?
Por exemplo, Dênis do PRTB, tem coisa de 60 dias, depois se muita briga nos bastidores. O Eduardo Macedo, que foi para a Goiás Parceira, a gente vê aí o delegado Waldir abandonado jogado as traças, não chama nem para conversar. Colocou o Eurípedes do Carmo na Ageab, mas eu acho que é influência do senador. Mas, é isso aí que está acontecendo, ao Fernando Meireles deram uma presidência para ele, com influência de um outro que não deixa ele fazer política. Então, é isso que eu estou vendo que está acontecendo. Os partidos foram abandonados e não foi só os partidos não, politicamente, os deputados também estão sendo abandonados.
Além do Democracia Cristã, quem está sendo abandonado?
O pessoal que trabalhou em campanha. Eu não quero cargo, eu abro mão de cargo. Por exemplo, eu tenho um companheiro chamado Miguel Marrula, que foi candidato a deputado estadual pelo DC de Anápolis, e foi o deputado mais bem votado da base. Mas não foi eleito, teve 10 mil votos em Anápolis. Então, os 12 ou 13 partidos que acolheram o Ronaldo Caiado, ele foi o bem mais votado de Anápolis e aí eu pergunto, porque está abandonado. Aí eu pergunto, outro companheiro que também foi candidato e teve uma excelente votação em Nerópolis e também está lá abandonado, que é o Fabiano Luís da Saneago, que podia estar ajudando num cargo de chefia, porque ele tem grande experiência. A vice-prefeita de Luziânia, Edna, também está abandonada e teve 9 mil votos. Não digo só isso, tem vários do DEM que eu poderia nomear, tem vários de outros partidos. O que eu vejo é isso que politicamente, esses companheiros poderiam estar dentro e a Secretaria do governo está enrolando.
Mas é a Secretaria do governo?
Eu acho que é sim, a gente chega lá e o secretário de governo fica barrigando a gente e nada resolve. E acende um cigarro e fica na janela fumando 24 horas, para com isso e vamos trabalhar. Eu fui num evento que em Rio Verde, a TecnoShow e fiquei assustado. Fui convidado para entrar no almoço e observei que os secretários sentaram junto com o governador, e os deputados sentaram numa mesa. Eu acho que secretário não tem que ficar sentado ali do lado de governador para puxar saco. Secretários tem que está sentado é com os deputados trazendo eles, conversando perguntando a necessidade deles. Agora fica aquela rodinha batendo papo, para com isso. Secretário está para servir deputado, a população, e o governador.
Mas os secretários fazem o que o chefe manda e o senhor tem essa convicção e entende isso?
O chefe dá as diretrizes, eu tenho essa convicção. Eu sempre fui empresário e eu adoro quando um funcionário cumpre as minhas metas. Mas, a gente está ali também para falar a verdade para o chefe. Fecha as paredes e fala chefe está errado nisso e nisso mas, agora vai ficar levando só coisa bonita. Saí na rua, a gente vê o descontentamento da classe política e da população.
Alguma coisa foi prometida ao partido e não foi cumprida?
O governador em momento algum prometeu qualquer cargo a presidente de partido ou secretária. Ele nunca prometeu, foi muito ético nessa conduta. Ele falou que todos os companheiros seriam agraciados no governo dele, que quem tivesse uma votação acima de 3 mil votos também seriam agraciados. E a gente vê coisas que estão erradas, a gente vê coisas de outros partidos que não participaram da base, está certo que politicamente tem que fazer esse tipo de composição, mas tem que chamar os companheiros primeiro para fazer as composições. Agora tem gente dentro do governo dele que eu não vou dar o nome aqui, que é malandro e conheço de longas datas. Então, não está essa pureza que ele está imaginando não.
Isso é uma ameaça?
Não é uma ameaça, a gente quer mostrar que tem coisas erradas dentro do governo que talvez não estejam chegando ao governador. Tenho certeza, a coisa dele é muito macro, ele não pode ficar preocupando com uma pessoa lá embaixo, com a micro-política. Ele está certo, tem que consertar essa bagunça que está o Estado. Essa bandalheira que estava aqui que acabou com a máquina pública. Eu concordo com 90% das ações que ele está fazendo. Eu como empresário, eu vejo que ele está num caminho certo, em privatizar, cortar gastos, então muita coisa que eu vejo ele está caminhando, sendo inteligente e é bacana. Agora eu vejo o governo indo para o lado errado, no lado político. Ele tem que deixar alguém que tenha a mesma filosofia dele, que continue o Estado maravilhoso sem corrupção. Agora se ele vai mal politicamente, será que ele vai se reeleger. E se entrar um bandido e acabar com tudo que ele montou. A gente tem que pensar numa coisa a longo prazo, numa política que vai trazer pessoas que sejam prósperas igual a ele. Isso que eu fico pensando e lá na frente será que ele vai conseguir agregar isso.
O senhor acredita que ele não vai ser candidato a reeleição?
Eu acho que é natural ele ser, não pode lançar o nome dele agora porque é desgastante. Eu acho que com o governo que ele vai montar, vai ser um candidato natural a reeleição para deixar a estrutura do Estado bem diferente do que foi.
Estou vendo o senhor reclamar da Secretaria de governo, do Ernesto Roller, e tenho visto em outro viés lideranças políticas enchendo o Roller de elogios da forma com ele vem tratando politicamente o governo.
Eu discordo. Se fosse isso ele teria feito um bom trabalho para eleger o presidente da Assembleia, os deputados não estariam descontentes como agora, a gente anda pela Assembleia e escuta muita coisa de bastidor.
O DC está caminhando para formalmente ser oposição ao governo Caiado?
Não sou oposição, vou ser um crítico do governo Caiado. Eu quero ajudá-lo bastante, agora se não quer me ajuda tem que mostrar as críticas para ele ver se está certo ou errado e pontuar. Eu gosto dele, trabalhei para ele e acho que o papel dele é bonito e continuo fã dele. Agora eu tenho que mostrar as críticas dele, já que eu não posso mostrar as críticas ao lado dele eu tenho que mostrar publicamente.
O senhor parece bravo demais para quem aprova 90% do que o governador está falando. O senhor está magoado?
Não é magoado, eu acho que politicamente tem muita coisa errada. Eu não aguento mais receber liderança, eu não sou secretário se governo e nem quero ser, não sou mentor político de ninguém.
Esses espaços foram ocupados por outros?
Tem muito espaço no Estado, mas parece que não enxergam. Agora porque o secretário do governo não leva isso, não mostra. Mas, Vamos esperar para ver o que vai acontecer. Estamos torcendo, eu só quero mostrar politicamente os erros.