08 de agosto de 2024
Atualidades • atualizado em 13/02/2020 às 01:16

Violência: 117 pessoas LGBT assassinadas em menos de 5 meses

No Dia Internacional Contra a Homofobia, o Grupo Gay da Bahia (GGB) divulgou dados sobre a crescente violência contra pessoas lésbicas, gays, bissexuais e transexuais (LGBT). Só em 2017, de janeiro ao início de maio, 117 pessoas foram assassinadas no Brasil devido à discriminação.

Para Genilson Coutinho, membro do Grupo, o crescimento da violência se deve a vários fatores, entre eles a impunidade. Além disso, uma forma de sustentar a homofobia é a falta de políticas públicas e de atendimento adequado às pessoas LGBT, como locais de denúncias e apoio.

“Não há uma lei que criminalize a homofobia no país, que faça com que as pessoas abram os olhos e desaprovem isso. A impunidade fortalece a violência diária. O criminoso mata hoje e com um habeas corpus é liberado. Isso institui a banalização, porque a cada 25 horas um homossexual é assassinado no Brasil. A cada dia uma família é dilacerada pela morte de filhos LGBT”, afirma Coutinho.

O militante ressalta que diversos casos deixam de ser registrados em delegacias porque as vítimas passam por constrangimentos, o que acaba sendo uma nova violência. Um exemplo desses constrangimentos é culpar e responsabilizar a pessoa pela violência sofrida.

“Hoje é um dia em que queremos dar um grito para que a sociedade acorde e entenda que somos cidadãos e seres humanos, que têm direito à vida também, sem que nossos lares sejam dilacerados”, destaca.

O primeiro estado que mais assassina LGBT é São Paulo. O segundo, a Bahia. Foram registrados 600 atendimentos em Salvador em um ano de funcionamento do Centro de Referência para lésbicas, gays, bissexuais e transexuais.

Em Goiás

A transexual Emanuelle Muniz foi morta em 26 de fevereiro deste ano, vítima de homofobia. Após ter sido vítima de tentativa de estupro, a jovem de 21 anos foi morta a pedradas e seu corpo jogado às margens da BR-060, em Anápolis.

Daniel Lopes Caetano, 20, natural de Anápolis, assumiu a autoria do crime e, segundo a PC-GO, não demonstrou arrependimento. Os outros presos, Reinivan Moisés de Oliveira, 20, Sérgio Cesário Neto, 21, e Maurício Machado, 18, são de Goianésia. Os suspeitos foram apresentados pela Polícia Civil de Goiás (PC-GO) em 2 de maio.

De acordo com o delegado, Daniel teria abordado Emanuelle e oferecido uma carona. No entanto, ele teria roubado a jovem e tentado estuprá-la. Ao perceber que Emanuelle era transexual, os quatro decidiram assassiná-la.

Os suspeitos foram encaminhados à cadeia de Anápolis e o inquérito policial deverá ser encerrado em aproximadamente 30 dias. “Destaco a contribuição da população que acionou bastante o 197 com informações importantes que auxiliaram a resolução deste caso. […] Eles ficarão presos pelo tempo que for preciso”, informou Cleiton Lobo.

Aos detidos, a mãe de Emanuelle falou sobre a filha. “Apresentei quem era a Emanuelle para eles porque ela era uma pessoa cheia de sonhos, que foram interrompidos. Estou no meio da batalha, agora. Espero que eles sejam condenados pela Justiça”, disse a mãe.

Parada do Orgulho LBGT

Em Goiânia, a Parada do Orgulho LGBT de 2017 está prevista para ser realizada em 3 de setembro. De acordo com a organização, a concentração dos manifestantes será no Parque Mutirama. A expectativa é de que pelo menos 40 mil pessoas participem do evento. 

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