O presidente estadual do PSD em Goiás, Vilmar Rocha, está certo de uma coisa: a legenda terá Henrique Meirelles como candidato ao Senado em 2022. De resto, em qual chapa o partido irá se abrigar para disputar o pleito, a definição só sairá nas prévias das eleições do ano que vem. O professor concedeu entrevista para o Diário de Goiás nesta segunda-feira (11/10).
Rocha reiterou o que já vinha dizendo em outras entrevistas: o partido considera precipitado falar sobre aliança na chapa majoritária em 2022. “Agora, estamos num período de início de conversações, de análises, essas alianças não dependem só da gente, depende de outros. O que depende só da gente já definimos que é a nossa pretensão a ter na chapa majoritária um candidato a Senador e já temos um pré-candidato que é o Henrique Meirelles. Isto está posto e claro”, cravou.
Vilmar Rocha: “Daqui até agosto é uma eternidade. Por que definir agora?”
Questionado se há pressão para que o PSD defina logo em qual “time” vai se encaixar para as eleições em 2022, Rocha sobe o tom e critica as pressas em adiantar as devidas alianças. “Tudo que se falar até a convenção são pré-candidaturas. Elas só serão realizadas em julho e agosto do ano que vem, entre os dias 20 de julho a 5 de agosto. Daqui até lá, é uma eternidade. Por que definir agora? A troco de quê? Tem de amadurecer isso. A pior coisa que tem é quando você toma uma posição e logo depois você toma uma decisão diferente. Tudo que se fizer até a convenção, é pré-candidatura. As candidaturas só vão se definir juridicamente em agosto do ano que vem. Por que essa pressa? Eu não entendo…”, pontua Vilmar Rocha.
Se existe pressão, o professor frisa que ela é ilegítima e inadequada, além de não refletirem a realidade das conversas. Ainda, destaca: o processo todo está embrionário. Como estarão outras forças políticas em meio ao processo? É cedo para afirmar qualquer coisa, bem como tomar quaisquer decisões. “As candidaturas majoritárias estão ainda no embrião, com exceção a candidatura do DEM que é o governador Ronaldo Caiado que pretende se candidatar à reeleição, isto está claro, as outras candidaturas não estão claras.”
Vilmar Rocha sobre Mendanha: “Deixa ele definir o partido dele primeiro”
O prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha, se encontrou com o ex-ministro Henrique Meirelles nesta segunda-feira (11/10). De acordo com O Popular desta terça-feira (12/10), o ex-emedebista abriu os caminhos para que o economista disputasse o Senado na chapa de oposição que está articulando.
Vilmar Rocha, que já criticou a pressa para definir os rumos do partido ressaltou sua tese que, conversas com diversos atores da política são naturais. “A maior regra da política é conversar, dialogar e se entender. Isso tem de ser feito. Nós estamos fazendo agora e temos que continuar fazendo. Isso é normal e é o combustível que move a política”, destacou sem antes frisar: “Outra coisa é decisão e decisão não será tomada agora”.
Questionado se o PSD pode embarcar num caminho oposicionista ao lado de Mendanha, Vilmar foi categórico: “Ele nem partido tem, deixa ele primeiro definir partido, se ele é candidato mesmo, antes disso… nem partido ele tem. Você quer que a gente já se posicione? Como?”, indagou.
Aliança MDB e DEM: “Nada muda no PSD”
Como não passa pelo projeto do PSD em Goiás, nem a vice-governadoria tampouco um candidato a governador, a decisão de Ronaldo Caiado em escolher o MDB e Daniel Vilela para chapa majoritária teve nenhuma influencia na relação da legenda pessedista junto ao diálogo que vem tendo com o democrata.
Afinal de contas a legenda quer o Senado. “O primeiro a nível de PSD não influenciou nada. Nosso projeto não é disputar nem governadoria, nem vice. Isso não atingiu o PSD em nada”, pondera Vilmar Rocha.
Se outros atores políticos ficaram incomodados, a população não se importa com isso neste momento. “Mas no meio do grande eleitorado da sociedade a repercussão é muito pequena. É imperceptível. A população não está nem aí para 2022, ela está cuidando e preocupada com a vida dela. Nós os partidos e os políticos que temos de ir articulando. A população só vai prestar atenção na eleição por volta de agosto, setembro do ano que vem. Até lá, as repercussões da política, das decisões, vão impactar diretamente os partidos e o mundo político, mas não a sociedade, o eleitor e o cidadão”, conclui Vilmar Rocha.