22 de dezembro de 2024
Política

Viagens de Trento e Flávio Bolsonaro a Las Vegas reforçam suspeitas da CPI

Senador Flávio Bolsonaro. (Foto: Roque de Sá/Agência Senado)
Senador Flávio Bolsonaro. (Foto: Roque de Sá/Agência Senado)

O senador Flávio Bolsonaro (Patriotas-RJ) esteve em Las Vegas no mesmo período de uma viagem do empresário Danilo Trento para a cidade norte-americana. Durante depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, nesta quinta-feira, 23, Trento confirmou que foi a Las Vegas, mas ficou em silêncio quando perguntado se algum senador o acompanhou.

O senador Eduardo Girão (Podemos-CE) apresentou registros de viagem de Trento, diretor institucional da Precisa Medicamentos, para Las Vegas. A ida, de São Paulo, foi no dia 23 de janeiro de 2020 e retorno no dia 27 de janeiro. De acordo com o parlamentar, a viagem fez parte de uma caravana de autoridades brasileiras, incluindo o atual ministro do Turismo e ex-presidente da Embratur, Gilson Machado, para o local.

Dados do portal do Senado apontam que Flávio Bolsonaro esteve nos Estados Unidos em janeiro do ano passado. Segundo o site, o filho do presidente foi acompanhar uma comitiva da Embratur em reuniões com o Carnival Group e a Royal Caribbean International, em Miami, e com o presidente e CEO do Las Vegas Sand Corporation, Sheldon Adelson. A viagem do senador durou de 19 a 26 de janeiro do ano passado, segundo o portal. Havia eventos de 18 a 24 de janeiro de 2020.

A recusa do empresário em detalhar a viagem ou até mesmo dizer se estava acompanhado de algum parlamentar levantou suspeitas da CPI. Por decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), Danilo Trento tem direito a ficar em silêncio durante o depoimento, mas apenas sobre fatos que o incrementem. “Se não lhe autoincriminar, não cabe o direito ao silêncio. Se lhe autoincriminar, leva à dedução dessa CPI que foi uma viagem com indícios de crime”, disse o vice-presidente da comissão, Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

A senadora Simone Tebet (MDB-MS) chamou a atenção para o fato de, no final de 2019, haver uma pressão nos Senadores para aprovar um projeto de legalização dos jogos de azar no Brasil. Ela foi designada como relatora da proposta. “Não era um projeto que visava, num interesse público, a apresentar para todo mundo a possibilidade de se implantar os jogos de azar no Brasil, começa por aí. Parecia que tinha que ter regras certas, tinha endereço.”

Por Daniel Weterman e Julia Affonso, Estadão Conteúdo


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