A Câmara dos Deputados aprovou o texto-base do PL 490, marco temporal das terras indígenas, na noite desta terça-feira (30). O projeto, polêmico por definir a demarcação apenas das terras que já eram ocupadas por povos indígenas até a promulgação da Constituição Federal de 1988 recebeu 283 votos a favor e 155 votos contra. Por Goiás, que possui 17 deputados, 13 votaram a favor e apenas três contra. Glaustin da Fokus (PSC) foi o único dos parlamentares goianos ausente.
Não é surpresa que Goiás, como um estado com muito agro e, consequentemente, representantes dessa bancada, tenha tido grande quantidade de votos favoráveis ao marco temporal. A proposta foi amplamente apoiada por ruralistas e com forte lobby para sua aprovação.
Na prática, caso seja levada da forma como está até o final, o PL 490 vai dificultar demarcações e abre, até mesmo, espaço para que algumas áreas deixem de ser demarcadas ou que haja exploração delas como, por exemplo, a construção de hidrelétricas em terras indígenas.
Sobre os votos de deputados goianos, os três que votaram contra foram a delegada Adriana Accorsi e Rubens Otonis, ambos do PT, e Flávia Morais, do PDT. Confira a lista dos parlamentares que votaram a favor do marco temporal.
Votaram SIM
Silvye Alves (União Brasil)
Gustavo Gayer (PL)
José Nelto (PP)
Adriano do Baldy (PP)
Célio Silveira (MDB)
Professor Alcides (PL)
Dr. Zacharias Calil (União Brasil)
Magda Mofatto (PL)
Marussa Boldrin (MDB)
Daniel Agrobom (PL)
Jeferson Rodrigues (Republicanos)
Ismael Alexandrino (PSD)
Lêda Borges (PSDB)
Votaram NÃO
Flávia Morais (PDT)
Delegada Adriana Accorsi (PT)
Rubens Otoni (PT)
Confira alguns dos pontos que explica o PL
Vale lembrar que além da discussão no Congresso, o marco temporal para demarcação das terras indígenas ainda está em julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF).