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Vanderlan puxa, Marina estica. Pra onde vai a terceira via?

O empresário e pré-candidato ao governo, Vanderlan Cardoso (PSB), tenta a duras penas fazer crescer o seu projeto de terceira via em Goiás. Mas a principal dificuldade para que ele amplie o leque de alianças e viabilize a candidatura ao governo não vem de fora, mas da cúpula nacional da própria sigla. Seu principal aliado desde o fim das eleições de 2010 – o deputado federal Ronaldo Caiado – foi praticamente “enxotado” do grupo com a entrada da ex-senadora Marina Silva ao PSB.

Desde então, o esforço de Vanderlan tem sido para reaproximá-lo. Mas, ao que parece, Marina mostra mais força para escolher com quem quer se aliar do que o próprio presidenciável do PSB, Eduardo Campos. A ex-senadora, que já foi do PT e do PV, diz estar temporariamente na sigla de Campos, como se a sua Rede Sustentabilidade – partido que não conseguiu criar – fosse o único a existir na clandestinidade no país. Ela mesma, pretensiosamente, define assim. Mas, para quem é uma socialista “transitória”, ela tem se mostrado capaz de mandar no quintal alheio: define quem pode e quem não pode ser aliado e até onde a sigla deve encabeçar chapa ou não. O dono do quintal, em tese, faz cara de paisagem e não desagrada Marina, confiando, aparentemente, no capital de 20 milhões de votos que ela teria. Ou teve, em 2010, quando surpreendeu com um terceiro lugar em uma eleição que tinha Dilma, ainda desconhecida, e Serra, já desgastado.

A situação, hoje, é esdrúxula ao ponto da ex-senadora, que crê ser a única que pode fazer frente a Dilma, cogitar apoio a reeleição de Tião Viana (PT) ao governo do seu Estado, o Acre, em vez de um candidato próprio do PSB, que acolheu a sua “clandestinidade”. É o que mostrou a Revista Carta Capital.

Apesar de Campos dizer que Marina não vai decidir sozinha as alianças, na prática, é o que tem ocorrido. No maior estado do país, por exemplo, ela já barrou o apoio do PSB à reeleição de Alckmin. Em Minas, também vetou a aliança com o PSDB. “Quando Marina abre a boca e resolve dar pitacos em alianças regionais, o PT comemora”, postou Caiado, em sua página no Facebook. Ele talvez não tenha o mesmo capital da socialista transitória, mas tem de sobra o que falta nela: coerência.

Ao que parece, em Goiás, de nada adiantam os esforços de Vanderlan para trazer Caiado ou quem quer que seja para a aliança da terceira via, sem o carimbo de Marina. O problema é que depois do processo eleitoral, se o PSB nacional não tiver sucesso, Marina vai continuar com o projeto de criar a sua Rede. Deixará os cacos para serem juntados por quem ficou.

Até as convenções, o processo será esse: Vanderlan puxa, Marina estica.

Uma hora a corda arrebenta.

 

Wellington Borges

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