A biofarmacêutica Takeda segue aguardando autorização para vender vacina contra a dengue, QDENGA®. A vacina precisa passar pelo crivo da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) para fazer parte do calendário nacional de vacinação. A empresa esclarece que está otimista e espera uma decisão favorável. A afirmação foi feita na última terça-feira (14), pela diretora médica da Takeda Brasil, Vivian Lee, durante a coletiva de imprensa.
De acordo com o fluxo de incorporação de tecnologia, a Comissão tem 180 dias, podendo ser prorrogada por mais 90 dias, assim, a avaliação do colegiado deve ser concluída em janeiro de 2024, prazo prorrogável até abril de 2024. A empresa ressalta que em nenhum momento afirmou que a vacina QDENGA® estará disponível para a população brasileira no início do ano.
A Tankeda também reforça que a aprovação na CONITEC não significa o fornecimento imediato da vacina. Isso porque o processo ainda passa por outras instâncias de aprovação do Ministério da Saúde. Em esclarecimento, a empresa reitera que está comprometida e empenhada em priorizar que os brasileiros tenham acesso à vacina que tem o potencial de ser um pilar importante na estratégia de combate à doença.
A vacina, mesmo já tendo sido liberada no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), até o momento só está disponível em clínicas privadas.
No início de outubro, a OMS afirmou que a tendência é que a alta nos casos continue por efeito tanto das urbanização desordenada quanto das mudanças climáticas. Segundo o Ministério da Saúde, Goiás registrou cerca de 33 mil possíveis casos de dengue nos primeiros quatro meses de 2023. Até o final de abril, houve aumento de 30% no número de casos prováveis de dengue em comparação com o mesmo período de 2022 em todo Brasil.
Em entrevista ao Diário de Goiás em outubro, o intensivista Dr. José Israel Sanchez Robles destacou que eficácia da Qdenga é mais de 80% a partir de 30 dias do esquema de 2 doses. “Esta vacina é feita com vírus vivo atenuado, gerando uma resposta imune semelhante à produzida pela infecção natural, mas sem colocar a pessoa imunizada em risco”, explica.
Para o especialista, mesmo com a vacinação, a prevenção ainda segue como sendo fundamental para erradicar a doença. “Isso inclui o controle do mosquito por meio da eliminação de locais de reprodução, como águas paradas, e o uso de repelentes e mosquiteiros, sendo esta a forma mais eficaz de erradicação desta doença”, afirma Robles.