Com os últimos alagamentos em diversos pontos da capital, após as fortes chuvas recentes, o prefeito de Goiânia, Sandro Mabel (UB) concretizou, nesta quarta-feira (15), a criação de um gabinete de crise para enfrentamento dos efeitos das mudanças climáticas na cidade. A ação, feita em parceria com órgãos municipais e estaduais, tem o objetivo de prevenir, minimizar e enfrentar os danos causados pelas chuvas e demais efeitos climáticos que impactam o município.
Durante reunião, na tarde desta quarta (15), ficou estabelecido que o gabinete funcionará na estrutura da Defesa Civil do Estado de Goiás, que fica ao lado do Estádio Serra Dourada. No local já há instrumentos técnicos para o monitoramento das condições do clima e para deflagrar medidas de socorro, quando necessárias.
Além disso, foram definidos dois tipos de abordagens: para as emergências, especialmente nos próximos 15 dias, período para o qual há previsão de mais chuvas volumosas, e, posteriormente, para soluções definitivas, com obras de drenagem.
Entre as primeiras medidas a serem tomadas, está o ordenamento de ações entre os órgãos que atuarão nas atividades de prevenção e socorro. “Estamos reunindo toda nossa equipe, o Corpo de Bombeiros, a Defesa Civil nossa e do Estado, GCM, PM, Saúde, Seinfra, Comunicação, fazendo um plano para que, ao detectar que vem chuva, possamos identificar onde ela está caindo e ter um plano, sabendo os locais onde podem acontecer problemas mais graves e destinar carros dos bombeiros, ambulâncias, não deixar o trânsito ir para a Marginal (Botafogo)”, exemplificou Mabel.
Um dos pontos mais afetados pelas fortes chuvas nos últimos dias é a Marginal Botafogo, que corta a cidade de norte a sul e fica intrafegável com os alagamentos, comprometendo a segurança de quem precisa passar pelo local. Na última terça-feira (14), o Córrego Botafogo transbordou para as pistas, na altura do viaduto da Avenida Independência tornado impossível que os carros seguissem e destruindo parte da via.
Entre as medidas emergenciais encontradas incialmente, foi cogitado o fechamento da Marginal nos dias de previsão de chuvas mais intensas. “Se chover muito de Aparecida para cá ou no Centro, tem de fechar a Marginal”, determinou o prefeito. Para a detecção das precipitações, Mabel determinou que sejam adquiridos mais pluviômetros, com recursos do município, para reforçar o trabalho feito pelo Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas (Cimehgo), da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad).
O prefeito de Goiânia aproveitou a ocasião para fazer um apelo à população, para que não saia de casa durante as chuvas ou, se não for possível, que se abrigue e jamais se arrisque em situações de risco. “A chuva vem rapidamente e logo também abaixa. Somente no período da chuva é quando as pessoas não podem sair. Se vir rua com água acima do meio-fio, não passe, não desça do carro, pode ter uma boca de lobo aberta. Não passe com carro, de moto, a pé, pare o carro, fique em casa, fique na casa de um amigo, não se arrisque nesse período”, pediu.
Para criar ações mais eficazes, os técnicos da prefeitura estão levantando os pontos problemáticos e planejando ações de limpeza de córregos, como o Botafogo, cujo leito está cheio de terra e tem pontos de entupimento em manilhas e bueiros. Em paralelo, a prefeitura está trabalhando para realizar investimentos na drenagem da cidade.
O prefeito planeja se reunir em breve com pesquisadores da Universidade Federal de Goiás (UFG), que estão desenvolvendo o Plano de Drenagem Urbana, para entender o andamento do projeto e discutir propostas como a criação de piscinões para contenção das águas pluviais. “Vamos estudar as situações uma a uma”, anunciou Sandro Mabel.