A Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos (CLIA Brasil) promoveu nesta quarta-feira (30), em Brasília, na sede da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o seminário “Cruzeiros Marítimos: o momento é esse”, com o objetivo de debater o potencial e o desenvolvimento do setor de cruzeiros no país.
Na oportunidade, foram debatidos temas como a regulação do trabalho a bordo e o serviço de praticagem marítima, atividade baseada no conhecimento dos acidentes e pontos característicos em trechos da costa, baías, portos, estuários de rios, lagos, rios, terminais e canais onde há tráfego de navios.
Eleito pela segunda vez consecutiva pelo Fórum Econômico Mundial (WEF – sigla em inglês) como o país com maior atrativos turísticos em recursos naturais, de acordo com dados Ministério do Turismo, o Brasil ainda pode crescer muito no setor. “O turismo brasileiro pode gerar empregos rapidamente, basta que o governo saia à frente dos empresários”, afirmou o ministro do Turismo, Marx Beltrão, que participou do encontro.
Segundo Beltrão, mesmo em um cenário de retração, o setor de cruzeiros marítimos “contribuiu com R$ 1,911 bilhão na economia brasileira na temporada 2015/2016”. O ponto alto foi observado na temporada 2010/2011, quando 20 navios transportaram pela costa brasileira cerca de 800 mil turistas. Para a alta temporada de 2017/2018, que começa em novembro, são esperados sete navios que transportarão 400 mil passageiros.
Para o ministro, o desenvolvimento de rotas de cruzeiros marítimos é um passo para o crescimento do turismo no Brasil. De acordo com ele, o setor cresce em média cerca de 4% ao ano, sendo que a média de crescimento mundial chega a 40%. Atualmente, 80 navios estão sendo construídos no mundo. A China tem 60 navios que fazem cruzeiros; a Austrália tem 36, enquanto o Brasil tem apenas sete.
“Nesta temporada, temos sete navios que geram em média 24 mil empregos. Se tivéssemos 20, como há oito anos, teríamos hoje cerca de 46 mil empregos num curto espaço de tempo. Nessa temporada, teremos cerca de 400 mil passageiros, se tivéssemos 20 navios, esse número ultrapassaria mais de um milhão” afirmou Beltrão.
Durante o seminário foram discutidos os principais pontos para fazer o setor crescer. Temas como o visto eletrônico para os turistas, transporte, portos e aeroportos foram abordados. “O visto eletrônico facilitará o processo burocrático para que os turistas façam cruzeiros pela costa brasileira. Países como Canadá, Estados Unidos, Japão, Austrália, Arábia Saudita e Catar já podem, a partir do próximo mês, conseguir seu visto eletrônico”, disse o ministro.
“Os cruzeiros marítimos estão com força total ao redor do mundo. Apenas para este ano são esperados 25,8 milhões de cruzeiristas. Países que há muito tempos não faziam parte desse segmento estão crescendo, caso da China e Austrália. No Brasil vários motivos levaram à retração do segmento: infraestrutura, impostos e regulações. E estamos aqui hoje para debater um caminho e retomar o crescimento”, afirmou o presidente do Conselho da Clia, Abremar, Rene Hermann, durante o evento.
Em maio deste ano, foi regulamentada a Lei da Migração, que definiu que os marítimos dos navios que circulam pelo Brasil não precisarão mais de vistos para exercer a sua atividade. A demanda antiga deverá ser regulamentada em novembro e representará uma redução de até R$ 500 mil no custo de cada navio.
Pesquisa
No Brasil. 88,8% da população é favorável ao estímulo do estado para criação de portos com capacidade para chegada de cruzeiros marítimos. O litoral tem 7,4 mil km, com grande potencial no que diz respeito aos cruzeiros marítimos. Os dados são resultado de uma pesquisa encomendada pelo Ministério do Turismo, que ouviu duas mil pessoas em todo o Brasil.
As regiões Sul e Nordeste se destacam no apoio à iniciativa: 91,2% e 90,6% respectivamente. Não à toa, são as regiões com maior potencial para ampliar o número de destinos que recebem os grandes navios. No Sudeste, a medida é apoiada por 89%, enquanto nas regiões Norte e Centro-Oeste a aprovação fica na casa dos 83,8%.
A pesquisa foi feita de 17 a 23 de março de 2017 pelo Instituto FSB Pesquisa. Foram ouvidas 2002 pessoas com mais de 16 anos em todas as regiões do país para avaliar a opinião da população brasileira acerca do turismo no Brasil, assim como observar quais são as vantagens e prejuízos, além de identificar oportunidades de promoção do turismo no país. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, com intervalo de confiança de 95%.
Com informações da Agência Brasil
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