O juiz Lourival Machado da Costa, da 2º Vara de Crimes Dolosos Contra a Vida da Comarca de Goiânia, dá início nesta segunda-feira (14/03) à sessão de Júri Popular que julgará os acusados pelo assassinato do jornalista Valério Luiz de Oliveira. O crime ocorreu em 5 de julho de 2012, na porta da então Rádio 820 AM, hoje Rádio Bandeirantes, onde a vítima trabalhava como comentarista esportivo. Segundo o Ministério Público, o homicídio teria sido motivado pelas críticas do jornalista à diretoria do Atlético Clube Goianiense.
Apenas aquelas pessoas que são indispensáveis para a realização do júri terão autorização para entrar no local, segundo o Decreto Judiciário nº 2.437 de 2021. De acordo com o documento, em “atos presenciais, principalmente sessões de julgamento do tribunal do júri de réus presos e soltos, o magistrado deve limitar a presença às pessoas imprescindíveis para a realização do ato”. Diante disso, nem família dos envolvidos, público ou imprensa poderão adentrar o recinto. No entanto, a transmissão em tempo real do evento acontecerá pelas redes do Tribunal e será retransmitido pelo Diário de Goiás.
Filho do cronista, o advogado Valério Luiz faz um balanço dos últimos dez anos. “Foi uma luta até maior do que eu esperava. No decorrer desses anos muita gente me falava pra não focar tanto nisso. Mas não foi uma escolha minha porque a luta teve de ser proporcional aos obstáculos que foram aparecendo. O objetivo era um esse que vai acontecer agora que é levar os caras para o júri popular que era o único resultado aceitável”, ao Diário de Goiás. Sua expectativa é que a Justiça seja feita.
“Era público e notório o que estava acontecendo. A animosidade que existia na época entre o Sampaio e meu pai. As retaliações que estavam sendo feitas. O Maurício era sócio da 730 e fez um jornalista que trabalhava na 730 sair da PUC e dizia que quem ficava com ele era com ele e quem ficava contra ele era contra ele”, pontuou ao relembrar que desde 2010 o pai e o cartola não se bicavam.
À época, o assassinato de Valério gerou comoção e manifestações de entidades nacionais e internacionais. Cinco serão os réus submetidos a julgamento: o cabo da PM Ademá Figuerêdo Aguiar Filho, apontado como o autor dos disparos; o sargento da PM Djalma Gomes da Silva, apontado como um dos articuladores do crime; o ‘faz-tudo’ Urbano de Carvalho Malta, também apontado como articulador do homicídio; o açougueiro Marcus Vinícius Pereira Xavier, apontado como colaborador; e o ex-Vice-Presidente, ex-Presidente a atual Conselheiro do Atlético Goianiense, Maurício Borges Sampaio, apontado como o mandante do crime. Já não cabe mais nenhum recurso contra a decisão que enviou os cinco réus a Júri, e, portanto, a data tem caráter definitivo.
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