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Política
| Em 3 semanas atrás

Três deputados disputam presidência da Câmara Federal no sábado; veja os perfis

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No próximo sábado (1º), ocorre a eleição para a nova Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, encerrando os quatro anos da gestão do atual presidente, Arthur Lira (PP-AL). Estão na disputa três deputados federais. Hugo Motta (Republicanos-PB), indicado por Lira e foco de acordo entre vários partidos, concorre com o deputado bolsonarista Marcel van Hattem (Novo-RS) e com o deputado Pastor Henrique Vieira (Psol-RJ), mais à esquerda, e um dos vice-líderes do governo Lula na Câmara.

Os três parlamentares são jovens, todos com menos de 40 anos de idade. Mota tem 35 anos. Vieira, 37, e Van Hattem tem 39 anos.

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O mandato é de dois anos e, para ser eleito, o candidato à presidência da Câmaraprecisa de maioria absoluta dos votos em primeira votação (257) ou ser o mais votado no segundo turno.

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O início da primeira sessão preparatória, na qual será eleito o presidente, está marcado para as 16 horas, no Plenário Ulysses Guimarães. Mas antes da votação existem outras movimentações no mesmo dia.

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De acordo com o cronograma, o prazo para formalização dos blocos parlamentares termina às 9 horas do dia 1º. Em seguida, às 11 horas, haverá reunião de líderes para a escolha dos cargos da Mesa Diretora. Já o prazo para o registro das candidaturas encerra-se às 13h30 do sábado.

A eleição que definirá qual dos três candidatos na disputa será o próximo presidente da Câmara será realizada de forma presencial, com urnas dispostas no Salão Verde e no Plenário.

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Exceto a federação Psol-Rede e o Novo, os demais partidos fizeram um acordo e declararam apoio à candidatura de Hugo Motta ainda no final do ano passado, consolidando uma base que pode chegar até a 494 deputados. O voto, porém, é secreto, havendo margem para dissidências entre os parlamentares, inclusive porque o acordo abrigou extremos como PT e PL.

Estratégia de marketing político

O Psol e o Novo possuem histórico de lançar candidatos à presidência da Câmara, mesmo sem chances de vencer. Com isso, divulgam suas principais pautas e não avalizam candidatos com os quais possuem discordâncias programáticas ou ideológicas, ou mesmo alianças que podem surpreender e brigar internamente, como corre o risco de acontecer na que circunda Mota.

Quem são os três candidatos na disputa pela presidência da Câmara:

Hugo Motta (Republicanos-PB)

Deputado Hugo Motta – Foto: Bruno Spada

Médico, nascido em João Pessoa (PB), foi eleito deputado federal pela primeira vez em outubro de 2010, com apenas 21 anos, eleito pelo MDB. Ele tem 35 anos e está em seu quarto mandato como deputado federal. Assim que entrou na disputa, visitou o governador Ronaldo Caiado em busca de apoio.

Em 2015, Motta foi presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigou denúncias de corrupção na Petrobras e, em 2023, foi relator da PEC dos Precatórios, que limitou o valor de despesas anuais com precatórios. É autor de 32 projetos de lei e de 18 propostas de emenda à Constituição. Seus avós foram deputados federais, e o pai é o atual prefeito da cidade de Patos (PB).

Em 2018, migrou para o Republicanos e logo assumiu a liderança da bancada e criou proximidade tanto com o presidente do partido, deputado Marcos Pereira (SP), quanto com Arthur Lira, que mais tarde também se tornaria presidente da Câmara.

Conforme o portal Congresso em Foco, dados do Radar do Congresso apontam que Motta é o candidato que mais votou com o governo Lula, tendo acatado 88% das orientações do Executivo em Plenário. Ele também fez parte das bases das gestões de Dilma Rousseff, Michel Temer e Jair Bolsonaro. Sua postura de diálogo com os dois lados foi o principal fator para a ascensão como sucessor de Lira, com a promessa de assegurar a estabilidade institucional e garantir com que governo e oposição tenham voz.

Motta defende uma solução de meio-termo para o debate a respeito da anistia aos presos de 8 de janeiro de 2023, tema sensível para apoiadores da sua candidatura. No caso, por exemplo, do PT, os deputados são contrários à anistia. No caso do PL, são favoráveis. Se eleito, o compromisso dele é submeter o projeto sobre o tema ao rito regimental, ou seja, nem apressar, nem emperrar a tramitação. Ele próprio é adepto à tese de que a questão deve ser discutida, e já externou que considera parte das sentenças proferidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) como exageradas.

Pastor Henrique Vieira (Psol-RJ)

Deputado Pastor Henrique Vieira – Foto: Bruno Spada

Historiador, ator, poeta, professor, teólogo, sociólogo e pastor evangélico da Igreja Batista do Caminho. Tem 37 anos e está em seu primeiro mandato como deputado federal. Integrou a CPI que investigou os atos golpistas de 8 de janeiro. Já foi vice-líder do governo e integrante de diversas comissões na Casa. É autor do Projeto de Lei 2753/24, que inclui no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade de aulas de prevenção a abusos sexuais.

Realiza cultos itinerantes nas cidades de Rio de Janeiro e Niterói pregando a fé evangélica sob uma ótica progressista. Embora seja pastor, não integra a bancada evangélica, com a qual mantém profundas diferenças e à qual dirige duras críticas.

Durante a adolescência, foi aluno do ex-deputado e hoje presidente da Embratur, Marcelo Freixo. Em 2012 foi eleito vereador por Niterói. Em 2019, atuou no filme “Marighella”, dirigido por Wagner Moura, no papel do personagem Frei Henrique, inspirado no frade Fernando de Brito, sacerdote católico que participou da luta armada contra a ditadura militar. Em 2022, foi eleito deputado federal.

Abolicionista penal, Vieira se tornou líder do governo na Comissão de Segurança Pública.  É abertamente contrário à anistia aos presos em condenações relativas aos ataques de 8 de janeiro de 2023.

Assim como Hugo Motta, assumiu o compromisso de dar previsibilidade à pauta da Câmara, além de defender uma reforma política que aumente a transparência do orçamento anual, e maior controle sobre as emendas parlamentares. Apesar de ser vice-líder do governo, é ligeiramente menos governista do que o líder do Republicanos: segundo o Radar do Congresso, possui 82% de governismo, informou o portal.

Marcel van Hattem – Novo/RS

Deputado Marcel van Hattem – Foto: Bruno Spada

Jornalista e cientista político. Aos 39 anos está em seu segundo mandato de deputado federal. É coordenador da comissão externa da Câmara dos Deputados que acompanha os danos causados pelas enchentes no Rio Grande do Sul. Também fez parte do grupo de trabalho criado na Câmara para discutir o Projeto de Lei que pretende regulamentar as redes sociais e combater as chamadas fake news.

É autor de 96 projetos de lei. Van Hattem é filho de pai neerlandês e mãe brasileira. O parlamentar é um dos mais ferrenhos opositores ao governo Lula. Entrou na política em 2004, eleito vereador em Dois Irmãos/RS pelo PP. Em 2014, foi eleito deputado estadual. Fez campanha no Rio Grande do Sul pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.

Em 2018, filiou-se ao partido Novo, pelo qual se elegeu deputado federal. Internamente, no Novo, esteve em constante atrito com o então presidente da legenda, João Amoêdo, crítico ao seu discurso agressivo e à proximidade com a família de Jair Bolsonaro.

Nas duas legislaturas, Marcel Van Hattem disputou todas as eleições para presidente da Câmara dos Deputados, como a alternativa mais à direita. Conforme o Congresso em Foco, ele recebeu 23 votos em 2019; 13 em 2021 e outros 19 em 2023

Fez parte do grupo de deputados bolsonaristas que viajaram para os Estados Unidos acompanhar a posse de Donald Trump. No Radar do Congresso, figura entre os parlamentares com menor índice de governismo. Acompanhou a orientação do governo em apenas 21% das votações em Plenário.

É um dos principais defensores da anistia aos presos de 8 de janeiro e milita em defesa do impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), por causa dos processos contra lideranças bolsonaristas.

(Com informações do portal Congresso em Foco e Agência Câmara de Notícias)

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Marília Assunção

Jornalista formada pela Universidade Federal de Goiás. Também formada em História pela Universidade Católica de Goiás e pós-graduada em Regulação Econômica de Mercados pela Universidade de Brasília. Repórter de diferentes áreas para os jornais O Popular e Estadão (correspondente). Prêmios de jornalismo: duas edições do Crea/GO, Embratel e Esso em categoria nacional.

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