O segundo dia da Star Wars Celebration, maior evento oficial da franquia criada por George Lucas, foi o palco das primeiras informações sobre “Star Wars: Episódio 8 – Os Últimos Jedi”, filme que será lançado em 15/12. Mas a festa em Orlando, Flórida, começou antes para os fãs na fila, na madrugada desta sexta-feira (14): o diretor do novo longa, Rian Johson, fez uma aparição surpresa e distribuiu autógrafos para quem estava dormindo na entrada do centro de convenções.
No saguão reservado para o painel de apresentação do “Episódio 8”, os apetrechos mais comuns eram travesseiros, mochilas e cadeiras retráteis. Famílias puxavam o coro de “Os Últimos Jedi”, pais e filhos se confundiam na ansiedade para ver seus ídolos de perto.
O painel começou com a apresentação de Josh Gad (“A Bela e a Fera”), ator conhecido por também ser fã de “Star Wars” -ele participa de maratonas dos filmes em Los Angeles. Após exibir um vídeo famoso dele importunando a atriz Daisy Ridley, dona do papel de Rey, um dos principais da nova saga, com perguntas sobre o filme, Gad chamou a presidente da Lucasfilm, Kathleen Kennedy e o próprio Johnson, que estreou na convenção.
“Vi o painel dos 40 anos de ‘Star Wars’ ontem e fiquei pensando nos que esses filmes significam para todos nós. E fiquei assustado”, disse o cineasta, que explicou que ainda está no processo de pós-produção do longa, editando o filme. “Ele está no caminho para ficar ao lado dos grandes cineastas com quem trabalhei na minha carreira”, derreteu-se Kennedy. “Ele escreve tão lindamente quanto dirige. Cria mulheres audaciosas e independentes. Além disso, tem ótimo senso de humor, algo muito importante para ‘Star Wars’.”
Johnson disse que filmar nos estúdios Pinewood, em Londres, pela primeira vez foi como “ir a um lugar místico”. “Quando era menor, Pinewood era como Camelot. Trabalhar ali todos os dias foi uma experiência mágica. Foi a melhor época da minha vida”, exaltou ele, antes de falar das filmagens na Irlanda, que serve de cenário para o planeta onde Rey encontra Luke Skywalker (Mark Hamill) e finalmente começa seu treinamento Jedi.
Logo depois, os dois lembraram da experiência de trabalhar com Carrie Fisher em seus últimos filmes -ela está confirmada no “Episódio IX”. “Carrie está notável no filme. O que Rian escreveu para Leia e a interpretação dela, vocês verão que será um imenso tributo ao talento de Carrie”, discursou a executiva. “Eu me conectei com Carrie como roteirista. Passamos quatro horas na cama dela escrevendo. Anotava tudo que ela falava e foi como um filtro. No fim, terminei com um diálogo curto, mas incrível”, completou Johnson.
Os dois, então, passaram a apresentar os outros atores. Daisy Ridley não entregou muitos segredos, mas silenciou o saguão quando disse que “Rey tem certas expectativas ao encontrar Luke. E ele pode não ser o que ela espera”. Claro que o painel antecipou que o desertor da Primeira Ordem, Finn (John Boyega), está de volta (“Ele está se recuperando, mas pronto. Ele quer encontrar seu papel. Vai se juntar à Resistência ou fugir da Primeira Ordem”, disse o ator), assim como o robô BB-8, “O melhor conselho do montador de J.J. Abrams foi: você precisa ter o máximo de BB-8 possível”, brincou Johnson.
O diretor ainda apresentou uma nova personagem, Rose (Kelly Marie Tran), que faz parte da equipe de manutenção da Resistência, mas ganha um grande papel na luta contra a Primeira Ordem. “Ela não é um soldado, mas uma pessoa comum que vira heroína”, adiantou Johnson. “A Primeira Ordem tomará algumas grandes ações no começo do nosso filme e as coisas vão ficar terríveis.”
Mark Hamill, que vive Luke Skywalker, foi o último a subir no palco. Ele tentou manter segredo sobre os diálogos do seu personagem em “Os Últimos Jedi”, mas não por muito tempo. Foi quando o primeiro trailer do longa foi exibido para os fãs -simultaneamente, a Disney lançou on-line.
No vídeo narrado pelo próprio Luke, vemos Rey treinando para dominar a Força e ele pede para ela respirar e pergunta o que enxerga. “Luz, trevas, o equilíbrio”, responde Rey por cima de imagens da General Leia (Carrie Fisher), da máscara de Darth Vader e o símbolo dos Jedi. O trailer é derivativo de duas fontes: parece muito com a estrutura do primeiro teaser de “O Despertar da Força” e traz cenas que nos remetem a “O Império Contra-Ataca” -Rey treinando com o sabre de luz, Luke em cavernas, uma batalha terrestre.
As primeiras imagens também mostram Kylo Ren (Adam Driver) com seu grupo de pupilos do Lado Negro da Força, Finn sendo carregado em uma cápsula médica e Poe Dameron (Oscar Isaac) vendo sua base ser atacada. Em certo momento, ao mostrar pods no deserto, o trailer parece invocar “Episódio I – A Ameaça Fantasma”, filme de Lucas que os fãs mais velhos criticam, mas que está ganhando uma revisão com uma nova geração de espectadores.
Como já é o segundo filme da mitologia principal e o terceiro da nova fase de “Star Wars” na Disney, a reação dos fãs no saguão foi menos calorosa que a de “O Despertar da Força”, quando a gritaria ecoava a cada corte do vídeo. Ainda assim o público veio abaixo quando Luke pronunciou o diálogo final: “Só tenho uma certeza. Está na hora de os Jedi… acabarem.” Ou seja: o trailer não revela nada, mas mostra que o passado ainda é forte em “Star Wars”.
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