Com o advento de novas ferramentas tecnológicas, a forma de se aproximar dos eleitores mudou, no entanto, este ano, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) impôs limites no uso das novas tecnologias digitais, que devem ser seguidas com atenção para não criar imbróglios durante as campanhas. Nesse sentido, o prefeito de Aparecida de Goiânia, Vilmar Mariano (MDB), promoveu um encontro com pré-candidatos à Câmara Municipal de Aparecida e aliados para orientações sobre o uso das redes sociais e ferramentas de marketing e inteligência artificial.
O evento, que aconteceu no Atlanta Music Hall, em Goiânia, na última terça-feira (28), reuniu especialistas da área de direito, marketing digital e comunicação para elucidar dúvidas sobre o que pode e não pode durante a campanha das eleições 2024, após as novas diretrizes impostas pelo TSE. O Diário de Goiás ouviu o estrategista digital, Júnior Vilela, que palestrou no evento e esclareceu os principais pontos a serem considerados pelos políticos.
Comunicação nas redes
De acordo com Júnior, o principal ponto para quem deseja apostar na comunicação direta com os eleitores nas redes sociais é a produção de conteúdo voltado para o público. “Os pré-candidatos, precisam focar em produzir conteúdos onde eles vão apresentar a pessoa, qual é a causa, o que eles querem, criar conexão com um cidadão ou com o possível eleitor. O primeiro ponto a ser observado é esse. O segundo ponto a ser observado são os cuidados que se deve ter”, destacou.
O especialista em marketing digital, chama atenção, principalmente, para o uso da Inteligência Artificial, que quando utilizada de forma incorreta, pode acarretar até em banimento das redes sociais. “Dentro das redes sociais você é obrigado a estar marcando uma caixinha que vai sinalizar que aquele conteúdo foi produzido pela inteligência artificial, porque hoje se clona voz, se clona imagem, se clona vídeos, então quando as pessoas não marcam essa opção e a plataforma identifica que aquele conteúdo foi produzido pela inteligência artificial, pode correr risco até da conta ser banida das redes”, explica Júnior Vilela.
Este ano, a Justiça Eleitoral vai intensificar a fiscalização do uso dessas ferramentas para combater a produção de conteúdos falsos nas redes. Júnior afirma que vê com bons olhos esse controle, apesar do temor diante das restrições. “Acho muito importante o que foi criado, sim, porque as redes sociais, as plataformas, não são terras sem lei. Infelizmente, existem muitos maldosos, muitas pessoas que vão entrar nessas redes com cunho maldoso, ou seja, haters, para poder prejudicar um pré-candidato”, pontua.
Novas estratégias
Conforme o especialista, é preciso se adequar às novas tendências, tendo em foco que as redes sociais não foram desenvolvidas para conteúdos políticos, por isso, alguns pontos são cruciais para utilizar de forma assertiva, sendo a principal delas a conexão com o público. “Você precisa gerar essa conexão, se você reparar mesmo, os maiores blogueiros que nós temos hoje, utilizam justamente da informalidade, de produção de conteúdos, e eles conseguem gerar essa conexão com o público que eles querem conversar, seja ele de diversão, seja ele sério, seja ele de faça você mesmo”, elucida Júnior.
Diante dessa adequação do uso das plataformas, e da decisão do Google de limitar o uso de tráfego pago para a área política, Júnior afirma que é possível apostar em outros meios. “Na verdade, o Google, não se preparou para receber os conteúdos políticos e exigências que foram impostas pelo TSE. Eles acharam que era onerosa para a ferramenta e preferiram simplesmente banir a utilização de tráfego pago. Mas você pode, por exemplo, ter um canal no YouTube, publicar, você pode ter um blog, fazer suas postagens normalmente, só não vai ter como impulsionar esses conteúdos”, detalha o especialista.
Atualmente, apenas as redes sociais do Grupo Meta, como Facebook e Instagram, por exemplo, se prepararam para a nova realidade. No entanto, de acordo com o estrategista, a esperança é de que, futuramente, o Google se adeque às novidades. “Nós só temos o Meta hoje. A nossa esperança como profissionais da área é que o Google se adeque à ferramenta e volte atrás e, na verdade, eles vão perder muito se eles não fizerem essa adequação, porque o investimento é muito alto”, finaliza.
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