Cidades

Trabalhadores de Pilar de Goiás denunciam falta de pagamento e acordo de mineradora da região

Cerca de 600 trabalhadores da Mineração Pilar Gold, situada em Pilar de Goiás, realizaram, na última semana, ato em protesto à empresa com o intuito de terem suas dívidas trabalhistas quitadas. Isso porque, de acordo com o jornalista da região, João Carlos Barreto, nos últimos três meses, a mineradora disse para os funcionários irem para a casa e aguardarem instruções, sem fornecer maiores esclarecimentos. Apenas o pessoal da Vigilância permaneceu na empresa.

Durante esse período, os trabalhadores não receberam salário, vale alimentação e outros benefícios. O último pagamento foi creditado aos funcionários da empresa no dia 01 de abril, referente ao período trabalhado no mês de  março.

Diante da situação, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria Extrativas do Vale do Rio Crixás, João Luís Antunes Araújo, promoveu articulação com lideranças regionais e políticos, na tentativa de um acordo. Além dos funcionários da empresa, diretores do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Extrativas do Vale do Rio Crixás (GO) e algumas lideranças políticas da região participaram do protesto para sensibilizar autoridades do Estado de Goiás para ajudar na solução do problema.

Segundo o sindicalista, a empresa chegou a negociar o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), mas, sem explicação, começou a dispensar os funcionários. “Não sabemos o motivo, apenas não responderam aos nossos ofícios, nossos contatos, não se comunicaram, os diretores não são mais encontrados, o pessoal do RH também já se foi e não temos com quem negociar na empresa. Hoje, estão lá apenas o pessoal da segurança”, disse.

“Atualmente, a empresa está com as atividades suspensas e os trabalhadores encontram-se em situação de abandono e descaso, visto que estão de sobreaviso, em razão dos contratos permanecerem ativos, e sem receber salários. Os gerentes das áreas operacionais não estão mais presentes na empresa, não tem nenhum empregado no RH e com isso os funcionários não têm informações sobre a continuidade das operações da Pilar Gold”, salientou.

Reivindicações

Conforme texto escrito por João Carlos, um dos trabalhadores consternados com a situação, por nome de Edson, trabalhava há dez anos na mineradora e foi mandado para casa, sem maiores esclarecimentos. “A empresa pediu pra gente aguardar em casa, sem pagamento, sem direito algum e sem nenhum respaldo da empresa até o momento. Até hoje, com três meses, ninguém veio a público para falar se vai pagar ou se não vai pagar”, relatou

“A administração pediu para todo mundo aguardar em casa, sem mais delongas. E isso já está com três meses já. Três meses sem nada. Tem um monte de colegas que já passam necessidade. Eu, de vez em quando faço um bico aqui, um bico dali, mas graças a Deus não cheguei a esse ponto não. Porém, eu conheço colegas que já estão pedindo ajuda. Eles têm dez anos de empresa, estão abandonados, sem direito a nada da empresa, três meses sem pagamento, sem direito a algum”, acrescentou.

Outro funcionário, por nome Rivelino, conta que a empresa funcionou normalmente, por mais de uma década, movimentando a economia da região. “Trabalho nessa empresa há 12 anos. Nunca imaginei que fosse chegar numa situação dessa. A gente vem e trabalha mesmo, com desempenho mesmo e bem motivado. Começamos aqui bem animados, porque para a região, nossa, foi uma coisa muito boa. Só que agora, no final, do jeito que ficou está muito ruim, a gente está abandonado, largado mesmo, queria só o nosso direito, mas nada”, disse.

“A gente está tentando receber e também não tem dinheiro. Os nossos trabalhadores estão passando por um momento muito difícil. Nós como pais de família não estamos sabendo o que fazer, porque os filhos chegam, pedem as coisas, está todo mundo com a cabeça quente, a empresa não chamou a gente para acertar. Então, nós trabalhadores aqui estamos passando pelo momento mais difícil de todos os tempos”, ressaltou outro funcionário, por nome de Cleiton, que é também um dos diretores do sindicato da região.

O trabalhador afirmou estarem vivendo uma situação bastante complicada, visto que as contas estão chegando e os armazéns do local já não querem mais sequer vender para os funcionários abandonados pela empresa. “Estamos tentando ter a oportunidade de conseguir alguns testes para os nossos trabalhadores”, contou. 

“Tem gente que faz algum bico e já vai conseguir, mas estão passando por um momento muito difícil, gente. Então, a Pilar Gold deixou os trabalhadores aqui na mão. E esses trabalhadores fizeram de tudo por ela, pra ela vencer”, ponderou.

Mel Castro

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