O ex-secretário de Segurança do Distrito Federal, Anderson Torres, investigado por conivência com os atos golpistas do dia 8 de janeiro, afirmou que a culpa é do baixo efetivo da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF). Nesta terça-feira (8), Torres disse que a responsabilidade da execução não é da Secretaria de Segurança, somente o planejamento.
Em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), que investiga os atos golpistas, Torres transferiu a culpa da falta de segurança na Esplanada dos Ministérios para o número de policiais disponíveis. “O que o protocolo colocou para a PM, a PM tem que cumprir; o que o protocolo colocou para a Polícia Civil, a Polícia Civil tem que cumprir. Meios, efetivos, número de homens, é com cada instituição”, explicou o ex-secretário.
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Conforme Torres, se o Protocolo de Ações Integradas (PAI), com planejamento de segurança assinado por ele, tivesse sido seguido à risca naquele dia 8 de janeiro, a invasão dos prédios dos Três Poderes não teria acontecido. “Seríamos poupados dos lamentáveis atos do dia 8 de janeiro”, afirmou Anderson.
No depoimento, ele ainda confirmou que, de acordo com o Comandante Militar do Planalto, general Dutra, o acampamento bolsonarista em frente ao Quartel General (QG) do Exército, em Brasília, já estava sendo desmontado. Por fim, acrescentou que não teve informações sobre a chegada dos invasores à Brasília. “Não havia confirmação de ônibus chegando à cidade”, destacou Torres, ao afirmar que não tinha informações sobre riscos de ações na capital federal naquele final de semana.
A relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), questionou a versão de Torres. Para a parlamentar, as autoridades ouvidas pela comissão estão jogando a responsabilidade uma para a outra. “Nós estamos ouvindo pessoas dos serviços de inteligência, nós estamos ouvindo pessoas da ação mais ostensiva, e a fala é sempre a mesma. […] Então, fica, na verdade, um jogo de responsabilidade”, ressaltou.
Com informações da Agência Brasil
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