22 de dezembro de 2024
Movimentações • atualizado em 06/12/2022 às 14:20

Terceiro mandato de Policarpo e impeachment de Cruz agitam fim de ano da política em Goiânia

Ação no STF questiona comando da Câmara Municipal e pode abrir espaço para uma manobra política com o objetivo de retirar o prefeito do cargo
O presidente da Câmara Municipal, Romário Policarpo, e o prefeito de Goiânia, Rogério Cruz, protagonizam o burburinho político no final de 2022 (Foto: Divulgação/Prefeitura de Goiânia)
O presidente da Câmara Municipal, Romário Policarpo, e o prefeito de Goiânia, Rogério Cruz, protagonizam o burburinho político no final de 2022 (Foto: Divulgação/Prefeitura de Goiânia)

A ação do diretório nacional do Pros que questiona o terceiro mandato do vereador Romário Policarpo (Patriota) como presidente da Câmara Municipal de Goiânia, o que, conforme se comenta nos bastidores, poderia abrir espaço para um processo de impeachment contra o prefeito da capital, Rogério Cruz (Republicanos), é o grande assunto da política no final de 2022.

Líder do prefeito na Casa, Anselmo Pereira (MDB) criticou as manobras. “Eu penso que os questionamentos nem são jurídicos. São políticos. A necessidade de grupos que querem estar no poder, mas a melhor forma de estar no poder não é no tapetão, a melhor forma de chegar ao poder é no voto”, disse ao Diário de Goiás.

Para ele, “essa maneira de ganhar o poder no tapetão, é muito ruim” e “tem interesses escusos neste assunto”. O emedebista estima que, apesar da crise da qual se fala, Cruz conta com 24 dos 35 vereadores. “A base está segura, serena e tranquila.”

Já o vereador Lucas Kitão (PSD), de oposição, avalia que a chance de impeachment é baixa. “Nas reuniões que eu participo, ninguém fala disso. Na verdade, só ouvi deles [grupo do prefeito]. Querem contaminar o processo”, afirmou.

Por outro lado, o parlamentar se mostra confiante em relação ao questionamento do terceiro mandato de Policarpo no STF. Uma recente decisão do ministro do Kassio Nunes Marques, do início de outubro, proíbe um terceiro mandato na Câmara Municipal de Salvador, e isso motiva o vereador a acreditar que, em Goiânia, o resultado se repita. Para ele, o caso de Guarulhos é outro.

“Continuo confiante porque a situação de Guarulhos é bem diferente. Lá, está indo para o segundo mandato [o que não é permitido pelo Regimento Interno da Casa]. Prefiro comparar com o caso de Salvador. Acho que tem viabilidade”, declarou Kitão. A previsão é a de que haja uma decisão entre os dias 9 e 16 de dezembro.

Em sua decisão referente à Câmara de Salvador, Nunes Marques argumentou que “a candidatura, em chapa única, de vereador buscando a ocupação do mesmo cargo diretivo em terceiro mandato consecutivo configura vício que macula a eleição da Mesa Diretora inteira”.

O Bloco Parlamentar Vanguarda, do qual fazem parte Igor Franco (Pros), Welton Lemos (Podemos), Anderson Sales Bokão (PRTB), Gabriela Rodart (PTB) e Paulo Magalhães (União Brasil), tem sido apontado como um dos principais incentivadores do questionamento no STF, apesar de, oficialmente, negar relação com o caso. “Nosso bloco nunca incentivou isso. Quando assumimos o mandato, eu, Paulo Magalhães e Welton, a ação já havia sido protocolada”, salienta Franco.

Nos bastidores, também há quem atribua ao grupo, liderado por Franco, uma suposta articulação para que, caso Policarpo caia, o próximo passo seja um impeachment de Cruz, mas ele nega. “Desde quando ele [Cruz] assumiu o mandato, tem esse fantasma de impeachment. O Vanguarda não apoia. Nosso intuito é ajudar a cidade, e o melhor para a cidade é que isso [impeachment] não ocorra”, pontuou.


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