A velocidade de crescimento da pandemia do Coronavírus em Goiás acelerou nas últimas semanas. De acordo com lista apresentada na última segunda-feira (25/01) pela superintendente de Vigilância Sanitária da Secretária Estadual de Saúde, Flúvia Amorim, várias cidades apresentam um índice de aceleramento acima de 1.
Em entrevista ao Diário de Goiás, o professor titular do departamento de Ecologia e Evolução do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Goiás (UFG), José Alexandre Diniz Filho, afirmou que, de modo geral, a pandemia em Goiás vinha desacelerando até o início de novembro. No entanto, começou a aumentar ao longo do mês, estendendo a dezembro e janeiro.
“Em dezembro o ‘R’ (índice de velocidade) ficou um pouco acima de 1,0. Continuamos a monitorar e isso vem se confirmando, de modo geral, em todas as cidades de Goiás com mais de 100 mil habitantes. Em alguns lugares o ‘R’ é mais alto mas o número ainda é pequeno, então pode demorar a ficar mais perceptível o problema”, pontua o especialista.
A preocupação maior, de acordo com o pesquisador, é sempre com as cidades maiores, especialmente Goiânia, Anápolis e Aparecida. “Nessas três cidades conseguimos observar, mesmo sem as correções de atraso que apresentamos na nota técnica 10, um aumento de casos a cada semana, e também já vemos aumento de mortes”, relata.
Outra preocupação, segundo José Alexandre, é com as cidades de Jatai, Catalão, Trindade e Senador Canedo: “especialmente Catalão, que aumentou muito o número de óbitos nos últimos dias. Jataí tem um R alto, mas está partindo de um número de casos menor, Trindade e Senador Canedo, da mesma forma, um ‘R’ alto começando com poucos casos ativos, de modo que não percebemos muito o crescimento, ainda”.
Isolamento Social
Uma medida que ainda deve ser adotada para evitar a aceleração da propagação da pandemia, de acordo com o pesquisador, é a do isolamento social, visto que as novas linhagens do vírus podem ser mais transmissíveis e o contágio se dá principalmente por conta das aglomerações.
“As pessoas estão achando que, como as vacinas estão começando a chegar, tudo vai se resolver rapidamente, mas não é bem assim. É uma esperança, claro, mas ainda vai demorar e temos que manter o isolamento social ou, na verdade, aumentar, pois o que estamos vendo agora é consequência das aglomerações do final do ano”, ressalta José Alexandre.
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