22 de dezembro de 2024
Empresas e Negócios

Talentos: um caminho para a produtividade

(Foto: Shutterstock)
(Foto: Shutterstock)

As organizações passam por sucessivos desafios de mudanças para atenderem e se adaptarem às novas exigências mercadológicas. Não basta dispor dos melhores recursos, estrutura ou da mais avançada tecnologia, se as mesmas não forem sustentadas por uma gestão de pessoas focada em resultado. O ser humano e o seu desempenho profissional são considerados fatores capazes de transformar o potencial de uma empresa, por serem, de fato, o grande diferencial competitivo das organizações. 

Percebendo essa realidade, há algum tempo as empresas buscam estratégias para o desenvolvimento das potencialidades de seus colaboradores. Nessa perspectiva, uma excelente ação organizacional é focar-se no ser humano, no seu melhor desempenho e nas condições do ambiente de trabalho que são necessárias para proporcionar bem-estar e felicidade. Para tanto é necessário obter-se uma nova forma de gestão e de se pensar no colaborador. O foco do gestor para o desenvolvimento de sua equipe deve ser voltado ao que ela tem de melhor com a finalidade de potencializá-la.

Sobre este aspecto, Buckinghan e Clifton, autores do livro Descubra seus Pontos fortes, apontam o que seriam os dois grandes equívocos das empresas e das lideranças: a) achar que o maior potencial de crescimento das pessoas está nos seus pontos fracos ou dificuldades; b) acreditar que as pessoas podem ser competentes em quase tudo. Por este motivo, tais empresas focam suas ações de desenvolvimento da sua equipe apenas para trabalhar as dificuldades, pontos fracos ou pontos de melhoria.

Quando a visão está voltada apenas para este sentido, o resultado que se consegue é uma redução de danos, tirando tais comportamentos da chamada “zona de prejuízo” (pois estão prejudicando o desempenho no trabalho). Mas isto não fará com que esse colaborador atinja seu maior potencial, a sua melhor performance. Será apenas uma redução de prejuízo e não melhoria de resultados.

Segundo Buckinghan e Clifton, o foco principal de ação deve estar nos talentos dos colaboradores, que são padrões naturalmente recorrentes de pensamento, sentimento e comportamento que possam ser utilizados produtivamente. Talentos são nosso jeito singular de pensar, sentir e agir que pode ser utilizado no dia a dia para produzir resultados, transformando-se em um ponto forte.

Sendo assim, exercer uma atividade que utilize nossos talentos, exige bem menos esforço do que realizar outras atividades que não utilizam essas potencialidades. O Instituto Gallup realizou uma pesquisa com mais de 2 milhões de pessoas e entre as perguntas realizadas aos entrevistados, estava a seguinte questão: “você tem a oportunidade de fazer todos os dias o que você faz de melhor?”. Ou seja, você tem a oportunidade de utilizar seus pontos fortes todos os dias? Apenas 20% das pessoas entrevistadas tinham essa possibilidade. Podemos aqui refletir que, talvez, 80% destas pessoas não entregam como resultado toda a sua capacidade produtiva, pois não tem a oportunidade de trabalhar diariamente com sua zona de excelência.

Por meio de pesquisas, os autores comprovaram algo que é de extrema relevância para a gestão: o maior potencial de crescimento e desenvolvimento está nos talentos e potencialidades dos colaboradores. Quando o líder investe na potencialização das forças e talentos, esse colaborador poderá alcançar resultados extraordinários, pois atingiu seu potencial máximo. Sendo assim, para melhoria de resultado e aumento de produtividade é mais interessante investir tempo e energia nos talentos que o colaborador já tem, e assim potencializá-los.

Neste sentido, entender os talentos dos colaboradores é uma ação estratégica. Desta forma a empresa pode realocar seu quadro de pessoal para cargos, setores, funções e atividades onde ele naturalmente poderá colocar esses talentos no trabalho.

O trabalho que utiliza um ponto forte exige um investimento menor de energia. Sabendo disto, após a identificação dos talentos, de uma maneira reflexiva e estratégica, é possível elencar as situações e os desafios mais favoráveis para sua utilização, o que eleva a probabilidade de feitos de excelência.

Quando a organização investe em identificar os talentos e potencialidades de sua equipe, ela está automaticamente elevando as suas chances de alcançar excelentes resultados, visto que as pessoas estarão trabalhando com todos os recursos psicológicos e emocionais a seu favor. Assim, será colocado no desempenho do trabalho aquilo que é o seu melhor.

Poliana Landin: Mestre em Psicologia com ênfase em Avaliação Psicológica, sócia-fundadora do Instituto Goiano de Psicologia Positiva (IGPP) e coordenadora dos cursos de Desenvolvimento Humano e Psicologia Positiva; Avaliação Psicológica; e Neuropsicologia do IPOG.


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