O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou nesta segunda-feira (21) que seja investigada a possível prática de ‘insider trading’ em operações cambiais que antecederam o anúncio do tarifaço de Donald Trump, em 9 de julho. A prática ocorre quando informações privilegiadas são usadas em compra ou venda de ativos no mercado financeiro, lucrando com desvantagem de terceiros que não têm a informação.
Moraes recebeu uma petição da Advocacia-Geral da União (AGU) sobre uma provável ocorrência de ‘insider trading’ pouco antes dos Estados Unidos anunciarem tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. O ministro incorporou a petição ao inquérito já instaurado para apurar o uso de tarifas internacionais para coagir a Justiça brasileira.
A petição da AGU cita reportagens revelando um volume atípico de compra e venda de dólares no dia do anúncio do tarifaço, uma delas veiculada pelo jornal Nacional da Tv Globo.
Instaurado a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), o inquérito, que já estava em andamento, apura a conduta do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, ambos do PL, e do próprio pai, alvo de medidas restritivas na semana passada, como a colocação de tornozeleira eletrônica.
No sábado (19), a AGU tinha peticionado uma “notícia de fato” no STF solicitando que fosse investigado possível uso indevido de informações privilegiadas para compra e venda de dólares antes do anúncio da tarifa pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, direcionado ao Brasil.
A AGU aponta indicações de que transações de câmbio ocorreram em volume significativo horas antes do anúncio oficial das novas tarifas, o que sugere possível utilização de informações privilegiadas (“insider trading”).
Moraes encaminhou o documento da AGU para a Procuradoria-Geral da República para a investigação.
Conforme o jornal O Globo, além das reportagens, Moraes cita também postagem do investidor Spencer Hakimian, fundador da Tolou Capital. Ele citou que “alguém havia noticiado [antecipado] sobre as tarifas, rectius [ou melhor dizendo], sanções comerciais que seriam impostas ao Brasil” e que “possivelmente ‘alguém’ havia lucrado entre 25% e 50% em operações atípicas em menos de três horas”.
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