07 de agosto de 2024
ABIN PARALELA • atualizado em 12/07/2024 às 17:17

STF realiza audiência de custódia de presos no caso de desvio da Abin por arapongas de Bolsonaro

Inquérito aponta que agência de inteligência foi usada para favorecer filhos de Bolsonaro; cinco foram presos na 5ª; escândalo ressuscita falas de Gustavo Bebbiano sobre Abin Paralela
Presos terão audiência com juiz do gabinete de Alexandre de Moraes - Foto: Fábio Rodrigues-Pozzebom / Agência Brasil
Presos terão audiência com juiz do gabinete de Alexandre de Moraes - Foto: Fábio Rodrigues-Pozzebom / Agência Brasil

O Supremo Tribunal Federal STF) realiza nesta sexta-feira (12) a audiência de custódia dos cinco presos pela Polícia Federal (PF) em mais uma fase da investigação que apura o uso ilegal da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. O caso de espionagem desvirtuada é chamado de Abin Paralela, mas a expressão ronda a agência federal muito antes.

O ex-ministro Gustavo Bebianno, ao romper com Bolsonaro em 2020, saiu citando o desejo de Carlos Bolsonaro, montar uma “Abin Paralela” com arapongas a serviço da família monitorando seus supostos inimigos. Bebianno morreu aos 56 anos, vítima de infarto, meses depois de anunciar que contaria tudo o que sabia sobre o assunto.

Audiência virtual será com juiz do STF do gabinete de Alexandre de Moraes

A audiência será realizada de forma virtual, conforme informou a Agência Brasil nesta sexta. Os trabalhos serão conduzidos por um juiz instrutor do gabinete do ministro Alexandre de Moraes, que determinou as prisões na quinta-feira (11).

Estão presos Mateus de Carvalho Sposito, ex-funcionário da Secretaria de Comunicação da Presidência da República; o empresário Richards Dyer Pozzer, o influencer digital Rogério Beraldo de Almeida; Marcelo Araújo Bormevet, policial federal; e Giancarlo Gomes Rodrigues, militar do Exército.

De acordo com as investigações, a Abin foi utilizada durante o governo Bolsonaro para favorecer filhos do ex-presidente, monitorar ilegalmente ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e políticos opositores.

Defesas se pronunciam

Em nota divulgada nesta sexta, o deputado federal Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin e pré-candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro pelo PL, negou as acusações de uso ilegal do órgão durante sua gestão.

Como mostrou o Diário de Goiás nesta sexta, no inquérito aparecem áudios que ele próprio gravou durante conversas com Bolsonaro. Segundo o jornal O Globo, o fato dele ter gravado e ainda guardado os áudios, irritou muito o ex-presidente.

Segundo Ramagem, as acusações são “ilações e rasas conjecturas” e visam prejudicar sua candidatura à prefeitura carioca.

“Houve finalmente indicação de que serei ouvido na PF, a fim de buscar instrução devida e desconstrução de toda e qualquer narrativa. No Brasil, nunca será fácil uma pré-campanha da nossa oposição. Continuamos no objetivo de legitimamente mudar para melhor a cidade do Rio de Janeiro”, afirmou.

Na quinta-feira (11), o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) também disse que a divulgação do relatório de investigação da PF foi “para prejudicar a candidatura de Ramagem”.

“Simplesmente não existia nenhuma relação minha com Abin. Minha defesa atacava questões processuais, portanto, nenhuma utilidade que a Abin pudesse ter. A divulgação desse tipo de documento, às vésperas das eleições, apenas tem o objetivo de prejudicar a candidatura de delgado Ramagem à prefeitura do Rio de Janeiro”, afirmou.

Segundo a Agência Brasil, Jair Bolsonaro não se manifestou e as defesas dos demais envolvidos não foram localizadas.


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