A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) se manifestou de forma contundentemente contrária à aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) das Prerrogativas, que também vem sendo chamada de PEC da Impunidade e até da Imunidade. “O que foi aprovado vai ser recebido pela sociedade com muito horror”, afirma a senadora, um dos nomes de destaque da direita no Congresso Nacional.
A manifestação surpreendeu e viralizou nas redes sociais porque a senadora não poupou críticas e lembrou de consequências como, por exemplo, um parlamentar flagrado em ato de pedofilia, não mais poder ser preso sem validação do Congresso, o que, para agravar, poderá ser em votação sigilosa.
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Fala surpreendeu e repercutiu nacionalmente
A manifestação de contrariedade ocorreu dentro do Senado, durante reunião da Comissão de Direitos Humanos, e chamou bastante a atenção, compartilhada por diversos meios de comunicação, como Congresso em Foco (vídeo abaixo). Na fala completa, Damares não apenas condena duramente a proposta como dialoga e faz reflexões com o senador e delegado de Polícia Civil Fabiano Contarato (PT-SE), geralmente alvo de parlamentares da direita por ser de esquerda e homossexual assumido.
Já no perfil dela, a senadora publicou o vídeo editado, com menos trechos polêmicos e citando que os deputados queriam atingir ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) que seriam “ativistas”, entretanto, erraram na dose porque esses “ministros ativistas vão passar e a lei ficará”, lamentou.
Damares lembra que, se a PEC 3/21 for aprovada pelo Senado, vai impedir, por exemplo, as forças policiais de fazerem diversos flagrantes de crimes graves cometidos também por parlamentares.
Cidadãos de 1ª e de 2ª classe
Esta situação fará com que políticos com mandato sejam privilegiados diante do restante dos brasileiros, o que nas redes sociais está sendo chamado de cidadãos de 1ª classe, deputados e senadores, contra os de 2ª classe: a população em geral.
A Câmara dos Deputados concluiu a votação da PEC após manobras permitidas pelo presidente da Casa, o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB). A proposta exige autorização da Câmara e do Senado para que o STF processe criminalmente deputados e senadores, mesmo em situação de flagrante. Para agravar as críticas, a votação do pedido de autorização será secreta, uma mudança feita na madrugada e que foi aprovada por 314 votos a 168, espantando a base governista.
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