Após determinação da Justiça de Goiás pelo fim imediato da greve dos professores da Universidade Estadual de Goiás (UEG) sob multa de R$ 100 mil por dia, a Frente Parlamentar da UEG na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) realizou uma audiência pública para debater as demandas. A sessão aconteceu nesta quarta-feira (6), com apontamentos sobre as reivindicações dos docentes e discentes da instituição e colocações que serão levadas ao governo do Estado.
Na assembleia, o professor Marcelo Moreira, representante da Associação dos Docentes da UEG (Adueg), expôs o histórico das tratativas dos professores e alunos com o Governo de Goiás ao longo dos últimos anos. De acordo com ele, as demandas se arrastam há um ano, culminando no indicativo de greve, no último dia 1º de março.
Sobre a decisão do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO), atendendo a pedido da Procuradoria-Geral do Estado de Goiás (PGE-GO), o professor afirmou que faltaram elementos. “Faltaram elementos para que a própria Universidade e o governo colaborassem para que o desembargador escrevesse a decisão”, disse Marcelo.
Segundo o professor, a ação da Justiça foi vista como uma tentativa de intimidação para conter o movimento, visto que os alunos e a universidade estão do lado dos professores. “Com essas últimas mobilizações, são quase 360 docentes filiados, mas com 1.010 docentes na Universidade, ou seja, para vocês terem uma ideia o quanto que nós estamos fazendo história nesse momento. Nós estamos fazendo as forças, as estruturas do Estado se mobilizarem a ponto de tentar nos intimidar com R$ 100 mil diários, para um sindicato que tem 360 ou 350 filiados”, acrescentou o representante da Adueg.
O presidente da Frente Parlamentar da UEG na Alego, deputado Antônio Gomide (PT), elencou as demandas dos professores e alunos. Entre os docentes, as principais reivindicações são por salários compatíveis com as titulações e o acesso ao plano de carreira da categoria. Os estudantes cobram por melhorias na estrutura dos prédios da instituição, direito ao aluguel social, ao passe livre interurbano e aumento das bolsas de auxílio estudantil.
Gomide destacou que as pautas levantas na assembleia serão levadas para o governo estadual. “Nós precisamos fazer com que essa voz que foi dita aqui hoje possa ter ressonância, para que o governador entenda o que nós estamos falando. Nós precisamos de um contato direto, viu Talles (deputado Talles Barretor), para que possamos, ainda hoje, poder estar presente ali. A pauta está colocada”, ressaltou o presidente, se direcionando ao representante do governo Caiado na sessão, o deputado estadual Talles Barreto (UB), encarregado de fazer a intermediação com o governador Ronaldo Caiado.
O presidente da Frente Parlamentar reiterou que a demanda será discutida junto ao governo ainda esta semana, para que sejam estabelecidos os próximos passos do acordo entre os professores e o Governo de Goiás. “Hoje, amanhã, ou depois, nós vamos conseguir fazer essa conversa junto ao governo. Da nossa parte não tem dificuldade”, garantiu Gomide. Ainda estiveram presentes na sessão o reitor da UEG, Antônio Cruvinel, a deputada Bia de Lima (PT), e representantes dos movimentos estudantis e docentes.