O Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Único de Saúde no Estado de Goiás (Sindsaúde-GO) se manifestou em relação a prisão do secretário de Saúde de Goiânia, Wilson Pollara, nesta quarta-feira (27). Uma das principais entidades que denunciaram a situação de precariedade da Saúde da capital destacou que recebeu a notícia da deflagração da Operação Comorbidade com “grande expectativa”.
A Operação, deflagrada nesta quarta (27), culminou na prisão do secretário Wilson Pollara, do secretário executivo da pasta, Quesede Ayres Henrique, e o do diretor financeiro, Bruno Vianna Primo. A ação do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) investiga graves irregularidades na gestão da saúde pública em Goiânia, frequentemente denunciadas pela mídia e pelo próprio Sindsaúde.
Em nota, o Sindicato afirma que “defende a apuração rigorosa e a responsabilização dos envolvidos, dentro dos trâmites legais, como passos fundamentais para o reestabelecimento da eficiência e transparência no Sistema Único de Saúde (SUS) em Goiânia”. O Sindisaúde ainda pontua que “é preciso destacar as graves consequências da ingerência administrativa enfrentadas por trabalhadores e usuários do SUS, que incluem precarização dos serviços e até perdas de vidas”.
Por fim, o Sindicato dos trabalhadores da Saúde reiterou que vem fazendo seu trabalho em relação a apuração e divulgação dessas denúncias a órgãos como o MP-GO, TCM-GO, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Ministério Público do Trabalho (MPT), Conselho Municipal de Saúde e ao Ministério da Saúde.
O Sindsaúde ressalta que sua mobilização é em prol da população, que merece atendimento digno e adequado, e dos trabalhadores da saúde, que necessitam de melhores condições de trabalho e valorização. “É preciso dar fim ao descaso com a saúde pública em Goiânia”, destaca.
Na nota, o sindicato elenca as diversas situações graves acompanhadas e denunciadas ao longo do último ano, que afetaram as condições de trabalho dos servidores e de assistência à população, como:
- Falta de leitos de UTI, de insumos básicos e de segurança nas unidades de saúde;
- Atrasos no pagamento de direitos trabalhistas, como vale-alimentação e retroativos das datas-bases de 2023 e 2024, mesmo após tentativas de diálogo com a gestão municipal;
- Sobrecarga de trabalho dos profissionais de saúde, agravada pela falta de equipamentos, como conservadoras para vacinas, e pelo déficit de pessoal, mesmo com um concurso público vigente para suprir essa demanda;
- Adoção de contratações precarizantes, como terceirizações, pejotização e credenciamentos, que violam direitos trabalhistas e comprometem a estabilidade dos serviços;
- Sucateamento do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que sofre com a falta de médicos, enfermeiros, motoristas, ambulâncias e insumos, além de linhas telefônicas inoperantes, culminando em greve e perseguição aos servidores que denunciaram essas falhas.
- Tentativas recentes de terceirizar o Samu, sob o pretexto de “emergência” devido à epidemia de dengue, que foram desmascaradas pelo Tribunal de Contas dos Municípios (TCM-GO) e determinou o afastamento do Secretário de Saúde por conduta irregular.
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