Será realizado em Goiânia, nos próximos dias 5 a 7 de dezembro, o 1º Simpósio de Cultivo de Cannabis Sativa para uso medicinal no cerrado. A ideia é discutir as potencialidades e perspectivas do uso da planta como forma de tratamento para diversas doenças.

A realização do evento é realizado pela Associação Goiana de Apoio e Pesquisa à Cannabis Medicinal (Ágape) e é voltado para pesquisadores e pessoas que pretender aprender ou já sabem sobre o efeito terapêutico da Cannabis sativa. As palestras e mesas rendondas vão ocorrer no auditório do Tribunal de Contas do Estado.

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Segundo a Engenheira Agrônoma e professora da Universidade Federal de Goiás, Abadia dos Reis Nascimento, a primeira ideia é discutir e falar sobre o assunto, que por muitas vezes enfrenta o tabu da sociedade.

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“A ideia principal do evento é trazer informações e ir atualizando as experiências. É também uma forma de esclarecimento porque são várias as pessoas que precisam do medicamento”, explica.  Ela completa: “A ideia é explorar para que se no futuro houver a liberação possamos refletir a melhor maneira de utilizar”.

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Estudos recentes já mostraram que a utilização da planta auxiliam na melhoria de sintomas de diferentes doenças com a esclerose múltipla, quadros de dor crônica, distúrbios do sono, alguns tipos de epilepsia e o enjoo e a náusea provocados pela quimioterapia

Abadia será moderadora da Mesa redonda que irá discutir o “Potencial do cultivo da Cannabis medicinal no Cerrado em ambiente aberto e protegido”. Segundo ela, a discussão será sobre o custo, benefícios e cuidados que deve ser observado para o cultivo da planta. Para a professora, o cerrado é um ambiente que favorece as plantas, e inclusive é grande produtor de inúmeras delas, por isso há potencial para a Cannabis.

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Pesquisa

“Aqui dentro no Brasil ainda há um preconceito grande com a planta, só que lá fora o pessoal está desenvolvendo nossas tecnologias com ela.  São pesquisas na área da medicina, farmácia, química… Nós ainda inda estamos iniciando uma fala às vezes muito tímida. Então é preciso que pesquisadores e sociedade estejam envolvidos nesse processo”, argumentou.

Ela lembra que várias pessoas já utilizam remédios à base de Cannabis e que eles são caros e de difícil acesso no país, por isso a professora acredita que o Brasil pode começar com uma abertura nessa área.

 “A sociedade está pedindo. Eu vi que há também uma aceitação na sociedade porque muita gente vê importância que esses remédios têm para a vida das outras pessoas. Nós da Universidade para contribuir com a pesquisa como forma de respaldo para a sociedade. Eu acredito que nossa parte estamos fazendo, s divulgando pelo menos. A sociedade gosta de ouvir coisa boa também”, reiterou a pesquisadora.

Ministro

Abadia repudiou as falas do Ministro da Educação, Abraham Weintraub, em que ele acusou as universidades federais de terem “plantações extensivas de maconha”, além de acusar laboratórios de química de produzirem metanfetamina.

“Eu acho uma pena porque um ministro da educação devia ter o papel de defesa da educação, do bem maior da sociedade como um todo. Ele não conhece bem as universidades. Ele devia visitar as universidade e entender o verdadeiro papel da sociedade”.

Segundo ela, o comentário “lamentável” é um retrocesso para a pesquisa e “quem precisa disso é o povo. “Lutar pela sociedade é algo muito nobre, muito importante. Nós da Universidade fazemos nossas pesquisas com esse objetivo”, finalizou a professora.

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