CPMI do 8 de janeiro. Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados
A sessão da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos golpistas de 8 de janeiro, marcada para esta terça-feira (22), foi cancelada pelo deputado federal Arthur Maia (União Brasil-BA), que preside os trabalhos. Deputados federais e senadores não chegaram a um acordo para definir os requerimentos que seriam votados.
Antes de ser cancelada, a sessão foi adiada por duas vezes. Durante a manhã, os integrantes da comissão tentaram fechar um acordo. Como o presidente não publica a pauta com antecedência, a votação de requerimentos só ocorre mediante acordo entre todos os membros da comissão. Dessa forma, mesmo em maioria, os integrantes da base governista precisam negociar a pauta com a oposição.
“Eu acreditei que seria possível fazer um acordo, como foram feitos outras vezes. Das outras vezes não fiz a pauta para forçar o acordo, mas hoje não foi possível”, afirmou Maia. Segundo o deputado, o acordo dá mais credibilidade a CPMI.
“Eu tenho feito, sim, um esforço muito grande para que os requerimentos da oposição sejam votados. Não é porque eu esteja defendendo a oposição não, estou defendendo a credibilidade da CPMI. Se você só votar os requerimentos de um lado, a CPMI perde credibilidade. Esse é meu propósito”, explicou.
O presidente da CPMI argumenta que, “se for necessário”, fará uma sessão deliberativa antes ou depois do depoimento marcado para esta quinta-feira (24). Somente sessão deliberativa pode aprovar novas medidas da CPMI.
Parlamentares governistas querem aprovar requerimentos como a reconvocação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), além da quebra dos sigilos telefônico e telemático de Bolsonaro, da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), do ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira, entre outros.
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Nesta quinta-feira (24), a Comissão ouvirá o sargento do Exército Luís Marcos dos Reis. Ele é acusado de ter movimentado R$ 3,3 milhões. As informações são do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
Requerimento do deputado federal Rogério Correia (PT-MG), aprovado pela Comissão que convoca o sargento Reis, cita matérias da imprensa sob a justificativa de que documentos que “comprovariam a tentativa de golpe de estado foram encontrados em mensagens trocadas entre o coronel Mauro Cid e o sargento Luís Marcos dos Reis”.
Estão marcados, ainda, depoimentos do ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) Fábio Augusto, na próxima terça-feira (29); e do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) general Gonçalves Dias na quinta-feira (31) da próxima semana.
* Com informações da Agência Brasil
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