Vez ou outra, quando há feriados no meio da semana, trabalhadores de setores específicos podem desfrutar de uma semana de apenas quatro dias úteis, mas, essa modalidade de trabalho já é uma realidade, por exemplo, em uma pesquisa que envolve 280 funcionários de 22 empresas localizadas em cinco estados brasileiros.
O projeto-piloto da semana de trabalho de quatro dias começou em janeiro, seja em toda a empresa ou em departamentos específicos. Na maioria das empresas participantes, foi adotado o dia de folga às sextas-feiras, com exceção dos feriados, que são considerados dias de folga para a maioria das empresas. No entanto, algumas equipes foram divididas para que parte dos funcionários folgassem às segundas-feiras e outra parte às sextas-feiras, sem redução nos salários.
Após os quatro meses iniciais do teste, já se observam resultados positivos no Brasil, incluindo a redução do estresse e da exaustão relacionados ao trabalho, uma melhor conciliação entre vida profissional e pessoal e um aumento na produtividade. Vale ressaltar que o experimento no Brasil está programado para terminar em junho e é coordenado pela organização sem fins lucrativos 4 Day Week, em colaboração com a Reconnect Happiness at Work, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV) e a Boston College.
O relatório inicial sobre a semana de quatro dias no Brasil destaca vários benefícios percebidos durante os quatro meses de teste. Isso inclui melhorias no bem-estar dos funcionários, equilíbrio entre vida pessoal e profissional, e o mais desejado pelos contratantes: aumento da produtividade e maior retenção de colaboradores nas empresas.
Em números gerais, 61,5% das empresas notaram aumento de produtividade e 58,5% apontaram aumento na criatividade na realização das atividades. Já para os funcionários, 78,1% relataram maior disposição para momentos de lazer ou estar com a família e amigos e 62,7% relataram redução de estresse. Para este primeiro relatório, foram coletadas 205 respostas durante o mês de abril, o que representa que 71% dos participantes responderam ao questionário.
Claro que nem tudo são flores, e, os resultados preliminares afirmaram que um dos principais problemas que surgiram foi a da satisfação do cliente e o atendimento em cenários de equipe reduzida. Há, até mesmo, quem defende voltar ao modelo tradicional, com cinco dias úteis. Cerca de 23,3% dos entrevistados retomariam o modelo tradicional, desde que houvesse aumentos entre 26% e 50% nos salários. Outras duas pesquisas do teste-piloto devem ser divulgadas até o fim da experiência, que se encerra em julho.
O estudo tem empresas participantes em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Campinas e Porto Alegre e que atuam no segmentos de saúde, jurídico, comunicação, tecnologia, alimentação e entretenimento. São algumas delas: Editora MOL, Smart Duo, T4S – Thanks for Sharing Comunicação, GR ASSESSORIA CONTABIL, Brasil dos Parafusos, Abaeterno, Plonge, Haze Shift Consultoria, Alimentare Nutrição e Serviços, PiU Comunica, Innuvem, Inspira e Hospital Indianópolis.
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