Em cerimônia realizada na noite desta terça-feira (4), no Plenário Iris Rezende da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego), 32 personalidades foram agraciadas com a Comenda jornalista Washington Novaes, em reconhecimento por sua atuação em prol da sustentabilidade, proteção e preservação do meio ambiente. A iniciativa é do deputado estadual Antônio Gomide (PT).
A princípio, a solenidade havia sido marcada para o dia 12 de junho e contaria com a presença da ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, que seria uma das homenageadas, mas pediu adiamento por motivos de saúde. Mesmo sugerindo nova data para a sessão solene, a ministra não pôde comparecer em função de audiência convocada pela Comissão de Minas e Energia na Câmara dos Deputados. Na ocasião, foi representada pelo presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Mauro Oliveira Pires.
Em sua fala, o deputado Antônio Gomide, autor da homenagem, ressaltou a importância do tributo e exaltou o legado do jornalista Washington Novaes que, há 40 anos, já dava à sociedade brasileira, uma aula de preservação ambiental, segundo o parlamentar.
“A vida é preciosa e nós precisamos celebrá-la em todos os momentos. É esse o motivo dessa solenidade: homenagear aqueles que defendem a vida. Essa Casa escolheu com muita sabedoria o nome do jornalista Washington Novaes para honrar os defensores do meio ambiente com a comenda que leva o seu nome”, pontuou.
A titular da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), Andréa Vulcanis, uma das homenageadas com a comenda, detalhou as ações realizadas pelo Poder Executivo, como o avanço em prazos de licenciamento ambiental, “sustentando atividades econômicas de fato de forma equilibrada, em prazos curtos e eficientes”, além do aumento em mais de 1.500% nas autuações de combate ao desmatamento, e a redução em 80% das queimadas em unidades de conservação.
O jornalista Washington Novaes foi repórter, editor, diretor e colunista em diversos veículos de comunicação do país, como Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo, Jornal do Brasil, Gazeta Mercantil, Última Hora, Correio da Manhã, Veja e Visão. Na televisão, foi consultor de jornalismo da TV Cultura, comentarista do programa ambiental Repórter Eco, editor-chefe do Globo Repórter durante sete anos, editor do Jornal Nacional, da TV Globo, comentarista de telejornais das Redes Bandeirantes e Manchete, além do programa Globo Ecologia.
Desenvolveu, ainda, uma série de trabalhos em favor dos povos indígenas e da proteção e defesa da floresta, atuando também, como secretário de Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia do Governo do Distrito Federal nos anos 90.
Produziu documentários, livros e reportagens sobre a causa ambiental. Na década de 1980 passou a conviver com povos indígenas do alto Xingu, o que gerou a série documental ‘Xingu, a Terra Mágica’, o diário ‘Xingu, uma Flecha no Coração’, e, 20 anos depois ‘Xingu, a Terra Ameaçada’. Além de inúmeras reportagens sobre o meio ambiente, que lhe renderam diversos prêmios, como o Esso especial de Ecologia e Meio Ambiente (1992) e o Professor Azevedo Netto (2004).
Estabeleceu-se em Goiânia no início dos anos de 1980, escrevendo no jornal Diário da Manhã e depois no jornal O Popular, onde manteve uma coluna sobre as questões e problemáticas ambientais até o final de sua vida. Morreu no dia 24 de agosto de 2020, aos 86 anos, após passar por uma cirurgia para a retirada de um tumor no intestino.
* Com informações da Agência Assembleia de Notícias