14 de agosto de 2024
Saúde • atualizado em 14/09/2023 às 10:20

Sem dinheiro, maternidades de Goiânia podem parar de funcionar na segunda-feira (18)

A Fundahc cobram uma dívida de R$ 43 milhões referentes aos repasses financeiros da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS)
Hospital e Maternidade Dona Íris, na Vila Redenção, em Goiânia. Foto: SMS Goiânia
Hospital e Maternidade Dona Íris, na Vila Redenção, em Goiânia. Foto: SMS Goiânia

As três maternidades públicas do município de Goiânia, que são gerenciadas pela Fundação de Apoio Hospital das Clínicas (Fundahc), estão passando por uma crise financeira e podem restringir o atendimento a partir da próxima segunda-feira (18).

As maternidades são o Hospital Maternidade Dona Iris, o Hospital Maternidade Municipal Célia Câmara e a Maternidade Nascer Cidadão, que juntas realizam mais de mil partos mensais, 17 mil exames laboratoriais, 3.400 consultas médicas, 150 cirurgias eletivas e 5.800 atendimentos de emergência e de urgência.

Leia também: Saúde de Goiânia e Fundahc fazem acordo para tratar crise das maternidades

Segundo Lucilene de Sousa, diretora da Fundahc, em entrevista coletiva realizada na tarde de quarta-feira (13), as maternidades estão com um déficit de R$ 43 milhões nos últimos três meses, referentes aos repasses financeiros da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), que não foram feitos integralmente. Ela afirmou que essa situação tem um impacto direto na assistência, no serviço prestado e na qualidade do trabalho dos colaboradores.

“A definição é que, se não houver por parte da Prefeitura de Goiânia algum planejamento de repasse, infelizmente, a partir desta segunda-feira (18), haverá restrição na oferta de serviços por toda essa condição apresentada.”, disse Lucilene de Souza.

Salários

A Fundação informou que a SMS fez o repasse de R$ 5 milhões, na quarta-feira (13), mas o montante foi suficiente apenas para pagar salário e outras despesas trabalhistas em atraso dos funcionários.

Leia também: Permanece impasse entre Prefeitura e gestora de maternidades de Goiânia

Lucilene disse que a Fundahc e a UFG têm buscado o diálogo com a Secretaria de Saúde para encontrar uma solução definitiva para o problema, mas que não foram atendidas em suas demandas. Ela relatou que na quarta-feira (13) houve uma reunião com representantes da SMS, mas que não houve nenhum informe quanto ao repasse financeiro, apenas uma proposta de discutir os novos aditivos dos contratos.

A diretora lamentou a situação e disse que é uma tarde triste para a UFG e para a Fundação, que há mais de duas décadas fazem a gestão das maternidades públicas de Goiânia, que são referência na região e atendem também pacientes de outras cidades do estado.

Resposta da prefeitura de Goiânia

A SMS de Goiânia informou em nota que realizou um repasse de cinco milhões de reais para a Fundahc na quarta-feira, e que há previsão de novos repasses nos próximos dias. No entanto, esse valor é muito inferior ao custo mensal das maternidades, que é de 20 milhões 295 mil reais, segundo Lucilene.

A nota também esclarece que neste ano já repassou R$ 138 milhões para a Fundahc, e que todos os valores são oriundos do tesouro municipal. A SMS diz que não recebe recursos suficientes do Ministério da Saúde para custeio das unidades.

Por fim, a nota informa que a SMS trabalha permanentemente para oferecer serviço de qualidade nas maternidades, e que está em diálogo negociando os débitos contratuais para que não ocorra interrupção de nenhum atendimento.

Veja nota na íntegra:

A SMS informa que realizou o repasse de R$ 5 milhões nesta quarta-feira (13/9) para a Fundahc, responsável pela gestão das maternidades da rede municipal, e há previsão de novos repasses nos próximos dias.

A pasta esclarece que neste ano já repassou R$ 138.062.205,00 para a Fundação, e ressalta que todos os valores são oriundos do tesouro municipal. A SMS não recebe recursos suficientes do Ministério da Saúde para custeio destas unidades.

Por fim, a SMS informa que trabalha permanentemente para oferecer serviço de qualidade nas maternidades, e está em diálogo negociando os débitos contratuais para que não ocorra interrupção de nenhum atendimento.

Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS)


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