O secretário de Assistência Social de Goiânia (Semas), Robson Azevedo, informou ao Diário de Goiás nesta terça-feira (22) que a segunda Casa de Acolhida da capital será inaugurada no início do próximo mês. Até o momento, Goiânia só contava com uma Casa de Acolhida, localizada no setor Campinas.
“Vamos inaugurar a Casa da Acolhida 2, agora no começo de junho, já está tudo pronto, já estamos colocando os móveis lá para que justamente nós possamos ampliar nossa capacidade de atendimento a essas pessoas em situação de rua que necessitam dos cuidados da Semas”, disse.
De acordo com o secretário, a Casa de Acolhida 2 está localizada no setor Leste Universitário e auxiliará bastante no abrigo de pessoas em condição de rua neste momento de frio. Robson Azevedo também informou que a pasta precisa de doações de colchões para a Casa de Acolhida 1.
“Hoje lá nós estamos com 200 pessoas morando, estamos até precisando de colchões, quem puder doar colchões para nós, precisamos de quase 60 colchões justamente para fazer um local extra para abrigar essas pessoas que estão aí no frio, que só o agasalho às vezes não é suficiente, temos que abriga-los. Então, quem tiver a possibilidade de doar colchões para a Semas, será muito bem-vindo”, pediu.
Centro POP
Além da Casa de Acolhida, Goiânia também conta com o funcionamento do Centro POP, localizado na Avenida Universitária, que é um local que dá apoio às pessoas em situação de rua. No entanto, é necessário que seja feito um trabalho de convencimento dessas pessoas e estímulo para que elas consigam reiniciar a vida, em um verdadeiro lar.
“Nós temos hoje ali na Rua 10 o Centro Pop, que é um centro onde damos apoio a essa população no sentido de um banho, um café da manhã, um almoço, um local de repouso, um local para lavar as roupas, mas isso é um apoio. Nós temos é que convencer essas pessoas, motivá-las para que voltem para suas casas, que tenham uma vida digna, como qualquer cidadão da nossa capital”, afirmou.
Questionado sobre qual o posicionamento da Semas em relação às pessoas que sofrem ainda mais nas ruas nesta época de frio, o titular da pasta ressaltou o trabalho de assistência social feito pela administração municipal, com abordagens feitas por psicólogos, educadores e assistentes sociais.
“Nós fazemos um trabalho de convencimento com nossos técnicos. Essa é uma abordagem muito técnica com psicólogos, assistentes sociais, educadores, que tentam mostrar a esse morador de rua, essa pessoa em situação de rua, outro caminho, levar para um dos nossos abrigos, ofertar algum serviço, seja um documento, seja uma passagem para outra cidade, porque muitas dessas pessoas vem de outros estados. Nós tentamos, então, dar toda essa assistência social para que possamos melhorar um pouco a vida dessa pessoa. […] Estamos divulgando o número direto do nosso departamento de plantão 24 horas para atendimento à população, é o 3524-7389”.
Esmolas
Em relação às pessoas e crianças que pedem esmolas ou vendem objetos nos sinaleiros, o secretário reforçou que não é adequado estimular a mendicância, mesmo sendo um ato de caridade, como o fornecimento de alimentos por parte de entidades sociais.
“A nossa ideia é que não dê esmola, inclusive o princípio hoje na Semmas é fazermos uma verdadeira assistência social, sem mendicância, sem assistencialismo, porque isso não resolve nada. Temos que dar oportunidade às pessoas. Então, dar uma esmola, um dinheiro, uma moeda não necessariamente ele vai comprar comida. Às vezes você está alimentando um vício e isso é muito ruim. Então, evite de ofertar esmolas, principalmente com crianças. Nós temos combatido muito a exploração do trabalho infantil. Muitas vezes os pais ficam sentados e deixando os meninos lá no sol carregando objetos pesados no sentido de arrecadar alguma coisa. Isso está completamente errado, lugar de criança não é na rua”, destacou.
Robson Azevedo explicou ainda como se dão alguns processos em que as pessoas passam a viver em situação de rua, em vista de que aumento o número de pessoas nessas condições em Goiânia nos últimos anos.
“A tendência é até aumentar. As nossas análises têm mostrado que aquelas pessoas que há quatro, cinco, seis anos tinham sei lá 12, 13 anos e a família começou a se desestruturar por conta da crise, e nós entendemos que a família é a base de tudo, elas estão chegando hoje a uma faixa etária que as estão levando para a rua. Eu penso, com base em nossas avaliações, que essa quantidade de pessoas poderá aumentar inclusive a partir de agora. E nós estamos muito atentos no sentido de fazer a prevenção necessária para que as pessoas não tenham esse sofrimento porque estar na rua é muito difícil para elas, embora exista uma motivação. Porque elas têm um negócio ali, seja qualquer negócio, seja droga, seja envolvimento amoroso, alguma coisa, elas têm abrigo e têm alimento, porque muitas entidades ofertam alimento a essas pessoas, que é um ato de caridade, solidariedade, mas que por outro lado dificulta nosso trabalho de retirar essas pessoas da rua porque eles encontram algum conforto. Mas estamos trabalhando muito nesse contexto, aumentando as nossas equipes”, concluiu.
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Veja entrevista:
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