A Secretaria de Estado da Cultura (Secult) concluiu a transferência do painel “Energia elétrica: a origem, a invenção e o usufruto”, do artista italiano Frei Confaloni, do antigo prédio da Celg para o Centro Cultural Oscar Niemeyer, nesta sexta-feira (18). A obra havia sido vandalizada e, agora, será restaurada.
A iniciativa, resultado da parceria entre o Estado e os atuais proprietários do edifício da Celg, promoveu uma série de etapas para retirar o painel com segurança de seu local. O processo de remoção do afresco iniciou na última segunda-feira (14) e foi dividido em cinco passos: faceamento e proteção do painel, embalagem in loco (cobertura por véus de proteção e espumas), depois o corte e içamento dos blocos, e na sequência, o transporte e instalação no centro cultural.
Além da segurança, o local escolhido para acolher a obra é no subsolo do Oscar Niemeyer, e não terá influência das condições climáticas, como sol, vento e chuva. Os serviços serão pagos pelos proprietários do edifício e devem ficar em torno de R$ 500 mil. Já a Secult e o Conselho Estadual de Cultura serão os responsáveis pela fiscalização de todo o processo, cuja expectativa é que seja finalizado no primeiro semestre de 2024.
Com efeito, após o transporte e a instalação das peças para o serviço de restauro, o ateliê será aberto para a visitação do público que quiser acompanhar as etapas do processo de restauração. De acordo com Wagner Matias, restaurador que coordena os trabalhos, toda a ação está sendo feita com grande cuidado. “Essa é uma ação cuidadosa e necessária, de remoção, transporte e guarda do painel em local seguro, para que à obra seja restaurada, preservada e exposta de maneira permanente ou itinerante para o público”, ressalta.
A obra
O painel de Frei Confaloni, batizado de “Energia elétrica: a origem, a invenção e o usufruto” retrata o caminho da energia, desde o rio até chegar na casa dos cidadãos. A obra de arte, que ficava na entrada do prédio original da Celg, na Avenida Anhanguera, foi uma encomenda do Governo de Goiás ao artista italiano para ilustrar o trabalho da Central Elétrica de Energia. O painel foi pintado em 1961, logo após a construção do edifício.
No entanto, a obra de arte foi vandalizada e coberta de tinta. Com a privatização da Celg, o prédio foi vendido a iniciativa privada e era locado pelo Estado, servindo como sede para a antiga Secretaria de Estado da Educação e Cultura (Seduce), até 2018. Como o prédio já não mais pertence ao Estado, coube a Secult apenas os trâmites referentes ao tombamento, sendo que a conservação do imóvel é um dever dos proprietários.