Aparecida de Goiânia

Secretários recomendam veto a projeto que libera som automotivo em Aparecida

O Gabinete de Gestão Integrada da Prefeitura de Aparecida de Goiânia, composto por 30 órgãos, vai recomendar que o prefeito Vilmar Mariano vete o Projeto de Lei 074/2022. PL foi encaminhado para sanção pela Câmara Municipal, propondo a liberação de eventos com som automotivo no município.

O assunto será tratado em três audiências públicas, a primeira na próxima quinta-feira, 28. A informação foi adiantada ao Diário de Goiás pela secretária de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Aparecida, Valéria Pettersen.

Regras

O PL 074 é de autoria dos vereadores André Fortaleza (MDB), presidente da Câmara, e Diony Neri (PSDB). Ele foi aprovado na terça-feira, 12, autorizando som automotivo (sem definir quantos decibéis) das 18h de sexta-feira até 18h de domingo, e nas vésperas de feriado das 20h até as 18h do final do feriado.

O texto informa que não será permitido som automotivo direcionado a residências e comércios. Isto sob pena de perturbação do sossego público. Porém, ele não define quais locais serão autorizados. E nem toda área sem edificações está livre para essa atividade, com é o caso de local próximo de zonas de proteção ambiental.

Tolerância zero

Os parlamentares argumentaram que, atualmente, em Aparecida há tolerância zero e um vácuo de regulamentação para a atividade. E que ela tem demanda e pode movimentar a economia. Para eles, o PL regulariza e coloca o controle dos eventos com som automotivo nas mãos da Prefeitura que vai autorizar ou não a realização.

Mas, na sexta-feira, 15, o Gabinete de Gestão Integrada se reuniu e emitiu nota onde consta que o colegiado entende que, “para os efeitos do projeto de lei nº 074/2022 é indispensável uma discussão ampla, com órgãos de segurança pública, fiscalização e sociedade”.

Fiscalização continua

O gabinete ainda confirmou que o trabalho de fiscalização contra perturbação do sossego público no município segue normalmente, “com base na Lei Federal Nº 9.605/98 e Código de Posturas do Município”. O objetivo é garantir a tranquilidade e sossego da população “e manter Aparecida sendo referência em tolerância zero a poluição sonora.”

O assunto rende polêmica tendo em vista que a cada final de semana chegam a ser registradas 300 queixas na cidade por irregularidades em eventos e estabelecimentos. Desse total, somente no fim de semana que passou, 171 foram por música acima dos padrões permitidos.

Apreensão e multa

“Geralmente, apreendemos em média 10 carros utilizando som automotivo e de 5 a 6 caixas de som em distribuidoras de bebidas e eventos em desacordo com a legislação, a cada final de semana”, informa a secretária.

Os veículos apreendidos são guinchados e, além da taxa do guincho, só são liberados após o pagamento de multa. As multas variam conforme a gravidade, indo de R$ 710 até R$ 5 mil.

Pettensen insiste que o fundamental neste momento, para preservar o sossego público, é seguir a legislação federal. Isto tendo em vista não haver lei específica local que atenda. Ela reconhece que é uma falha municipal, mas discorda que o projeto dos vereadores seria uma base dessa regulamentação.

Falha

Ela cita, por exemplo, que o Gabinete de Gestão Integrada viu como falha grave o artigo 5º do PL. O artigo diz que a autorização do Corpo de Bombeiros não impede a emissão da autorização municipal para a realização dos eventos, se fazendo necessários somente “para fins de fiscalização”.

Fazem parte do GGI, além da Semma e dos Bombeiros, as polícias Militar, Civil, Federal, Guarda Municipal, Procuradoria Geral do Município, Juizado da Infância, órgãos de monitoramento urbano, segurança, saúde, várias secretarias municipais e até a OAB.

Afrouxamento

O município reconhece que a atual política de tolerância zero precisa ser revista, explica Valéria Pettersen. Por isso, ela alega ter havido um afrouxamento. Houve a liberação de festas e eventos focados em som automotivo em algumas localidades específicas.

“Uma vez por mês autorizamos que eles ocorram em um espaço para eventos próximo da pedreira no Setor Santa Luzia, e em uma área depois do Credeq”, informa. Mas, para a secretária, somente com diálogo entre autoridades e opinião pública o assunto pode ser definido. “Faremos uma discussão ampliada, com três audiências públicas”, afirmou.

Marília Assunção

Jornalista formada pela Universidade Federal de Goiás. Também formada em História pela Universidade Católica de Goiás e pós-graduada em Regulação Econômica de Mercados pela Universidade de Brasília. Repórter de diferentes áreas para os jornais O Popular e Estadão (correspondente). Prêmios de jornalismo: duas edições do Crea/GO, Embratel e Esso em categoria nacional.

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