Na eleição para presidente dos Estados Unidos, nem sempre vence quem recebe mais votos. Por exemplo, em 2016, Hillary Clinton ganhou de Donald Trump nesse quesito, mas, mesmo assim, não foi eleita. Se o Brasil adotasse o mesmo modelo, o resultado do domingo (30/10) teria sido outro.
Nos EUA, o que importa são os delegados, distribuídos pelos 50 estados de acordo com a população e a representação no Congresso (Câmara dos Representantes + Senado). Na prática, é como se os candidatos disputassem 50 eleições diferentes e, ao final, se elege quem conquista mais delegados.
No caso do Brasil, a melhor forma de tentar reproduzir esse sistema, chamado de colégio eleitoral, é atribuir aos estados e ao Distrito Federal um número de delegados correspondente ao de deputados federais e senadores de cada um. Goiás, dessa forma, teria 20 delegados (17 deputados federais + 3 senadores).
Veja abaixo quantos delegados os estados e o Distrito Federal teriam:
Ao todo, seriam 594 delegados. Logo, para obter a maioria, o eleito precisaria de 298. Considerando os desempenhos de Jair Bolsonaro (PL) e Lula (PT) nos estados, o primeiro ficaria com 318, e o segundo, com 276.
Bolsonaro ganhou no Distrito Federal e em 13 estados (Acre, Amapá, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima, Santa Catarina e São Paulo), enquanto Lula foi o vitorioso em outros 13 (Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe e Tocantins).
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