Falando em relação “desequilibrada” com a sua gestão por parte do governo estadual, o prefeito Sandro Mabel (UB) prepara uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) para questionar judicialmente as mudanças na gestão do transporte coletivo na Região Metropolitana de Goiânia (RMG), que tiram poder da prefeitura da capital. A informação foi divulgada pela coluna Giro do jornal O Popular, nesta quarta-feira (24).
As mudanças, como mostrou o Diário de Goiás na terça, foram propostas tanto para a Câmara Deliberativa de Transporte Coletivo (CDTC), quanto na Companhia Metropolitana de Transporte Coletivo (CMTC). Parte consta em projeto de lei do governo estadual aprovado na Assembleia Legislativa (Alego) na segunda-feira (22) e que depende de sanção do governador Ronaldo Caiado (UB). Parte foi aprovada em reunião deliberativa da CDTC na terça com os votos contrários dos representantes de Goiânia e de Senador Canedo.
Por se tratar de projeto saído do Palácio das Esmeraldas, existe pouca expectativa de que haja algum veto por parte de Caiado. Além disso, os projetos teriam sido discutidos com os prefeitos da RMG, conforme enfatizou na terça o secretário-geral do Governo, Adriano Rocha Lima, presidente da CDTC. Ele justifica que, como o estado passou a investir mais dinheiro no sistema, é justo que aumente seu poder sobre a gestão do transporte na RMG.
Aliado do governo estadual, Mabel sinalizou um descompasso de interesses entre o Palácio das Esmeraldas e o Paço municipal nesse momento. “A prefeitura [de Goiânia] sempre foi oposição e sempre houve um equilíbrio. Agora que o prefeito é companheiro, desequilibra”, disse ele ao jornal.
Mesmo assim, Mabel disse que seu apoio político em 2026 está mantido ao vice-governador Daniel Vilela (MDB), candidato da base de Caiado ao governo.
Se o projeto for sancionado como está Mabel vai à Justiça para questionar pontos como o fim do revezamento do comando da CMTC. O projeto aprovado prevê a transformação da companhia em uma empresa pública estadual, portanto, sob o comando apenas do governo goiano.
Outro questionamento já sinalizado pelo prefeito da capital, será quanto à participação da Prefeitura de Aparecida de Goiânia no financiamento que define a tarifa técnica do transporte na RMG. “Aparecida apoiou essa modificação. Só que, com ela, Aparecida passa a ter praticamente a metade dos votos de Goiânia [na CDTC]. Se é assim, vamos propor que Goiânia pague 30% e Aparecida, ao invés de 8,9%, pague 15%”, argumentou Sandro Mabel.
Foi uma reação à nota do prefeito de Aparecida, Leandro Vilela (MDB) divulgada na terça em que confirma “apoio integral” às mudanças aprovadas no transporte coletivo da região metropolitana.
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