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Notícias do Estado
| Em 11 meses atrás

Saúde de Goiás relata aumento de casos de sífilis em gestantes e faz alerta para cuidados

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A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) alerta a população goiana para cuidados contra a sífilis. Nos últimos cinco anos, a Saúde de Goiás registrou aumento de casos de sífilis em gestantes, com crescimento proporcional de registros de sífilis congênita. Somente em 2023, foram 1.236 diagnósticos em grávidas, sendo 310 casos em que a doença foi passada para o bebê ainda dentro da barriga.

Dentro de cinco anos, foram contabilizados, ao todo, 10.485 casos de sífilis em grávidas e 2.270 casos de sífilis congênita. De acordo com a SES-GO, o aumento pode estar ligado à pandemia de COVID-19, já que as pessoas evitavam buscar atendimento médico, o que dificultava o diagnóstico. 

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O que é sífilis?

A sífilis é uma doença infecciosa, que pode ser transmitida sexualmente, e representa risco sério durante a gestação, podendo resultar em complicações severas ao bebê. De acordo com o médico Fernando Oliveira Mateus, infectologista pediátrico do Hospital de Doenças Tropicais (HDT), o acompanhamento pré-natal é fundamental para diagnosticar e tratar a sífilis em grávidas, para impedir que a doença seja transmitida ao bebê. “O acompanhamento pré-natal desempenha um papel fundamental na identificação precoce da sífilis, possibilitando o início imediato do tratamento”, ressalta.

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O tratamento é feito com injeções de penicilina benzatina, conhecida popularmente como benzetacil, com dosagem e duração variáveis, dependendo do estágio da doença. Em caso de diagnóstico positivo, a mãe e o parceiro sexual dela devem ser submetidos ao tratamento. “Soma-se a isso a importância crucial de tratar o parceiro sexual para prevenir a reinfecção da mãe. A sífilis é uma condição tratável, mas também pode ser reinfectada se o parceiro não receber tratamento adequado”, destaca o médico.

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Sífilis congênita

A doença pode ser transmitida para o bebê por via placentária, causando complicações sérias que afetam o sistema nervoso central, ossos, pele e olhos da criança. “Toda criança exposta à sífilis materna requer uma avaliação pediátrica detalhada para determinar a melhor abordagem. Isso envolve a seleção cuidadosa de exames e a decisão sobre a necessidade de tratamento”, afirma o médico.

De modo a alertar a população, principalmente as mulheres grávidas, sobre a necessidade de proteção e realização de exames preventivos, a Saúde de Goiás conta com uma série de ações. Desde agosto de 2021 a SES-GO realiza em Goiás o projeto “Sífilis Não”, com a capacitação nos municípios prioritários, com o objetivo principal de eliminar a transmissão vertical da sífilis congênita. 

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Para a SES-GO, o aumento das notificações também simboliza um potencial positivo que é a oportunidade do tratamento, o que vai evitar as formas graves da doenças e a transmissão da infecção ao feto. “Observamos resultados positivos, com um aumento significativo nas notificações, o que significa uma melhora na sensibilidade do profissional de saúde para notificar. Notificando casos oportunamente, tratamentos também oportunamente e assim, evitamos a disseminação e a complicação dessa doença, principalmente para gestantes”, assinala a coordenadora de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), Luciene Siqueira Tavares.

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Luana Cardoso

Atualmente atua como repórter de cidades, política e cultura. Editora da coluna Crônicas do Diário. Jornalista formada pela FIC/UFG, Bióloga graduada pelo ICB/UFG, escritora, cronista e curiosa. Estagiou no Diário de Goiás de 2022 a 2024.

Tags: SES-GO