25 de novembro de 2024
Esportes

Santos é julgado culpado, e jogo com Independiente vira derrota por 3 a 0

Deputado Andrés Sanchez
Deputado Andrés Sanchez

O Santos foi considerado culpado pela Conmebol pela escalação irregular de Carlos Sánchez contra o Independiente, pelo jogo de ida das oitavas de final da Libertadores. A decisão foi anunciada nesta terça-feira (28), apesar de o julgamento ter começado na segunda-feira. Em nota, o clube paulista afirmou que irá recorrer.

Com a decisão, o placar de 0 a 0 na partida de ida foi alterado para 3 a 0 para o Independiente. As duas equipes voltam a se enfrentar nesta terça-feira (28), às 19h30, no Pacaembu. O Santos precisará de uma vitória por quatro gols de diferença para avançar na competição. Caso vença por 3 a 0, o jogo irá para os pênaltis. O meia Carlos Sánchez também não poderá atuar no jogo desta terça.

A polêmica que levou o jogo para o tribunal aconteceu por causa de uma expulsão de Sánchez em 26 de novembro de 2015, na Copa Sul-Americana, quando ele atuava pelo River Plate. O jogador deixou o clube argentino e foi para o futebol mexicano, não cumprindo a suspensão automática em competições da Conmebol. Por isso, não poderia ter jogado no último dia 21.

O Santos escalou o jogador com base no sistema Comet, da Conmebol, que apontava Sánchez como apto para a partida. Os advogados santistas usaram o caso do Lanús na temporada passada, quando a Conmebol deu ganho de causa ao clube após acusação de escalação irregular de Lautaro Germán Acosta. Na ocasião, o Comet foi utilizado para mostrar que não havia problema na inclusão do atleta.

Outro ponto abortado foi o do River Plate. O Santos alegou à Conmebol que a entidade concedesse ao clube no “caso Sánchez” a mesma decisão que tomou envolvendo o jogador Bruno Zuculini, do time argentino. Neste caso, a entidade máxima do futebol sul-americano alegou falta de denúncia de adversários e não puniu o clube argentino por escalação irregular. Zuculini terá apenas que cumprir suspensão ainda nesta edição.

A diferença para o caso do Santos é que o River consultou a entidade por escrito sobre a condição de jogo do atleta. A organizadora da Libertadores reconheceu um “erro administrativo” no caso e absolveu a equipe argentina. O Santos não enviou ofício à Conmebol para saber se o jogador tinha alguma punição disciplinar antes de escalar Sánchez.

Apesar dos argumentos, os dirigentes do Santos já sabiam ser difícil obter um resultado favorável na Conmebol. A estratégia inicial do advogado Mario Bittencourt, contratado pelo clube brasileiro para o caso, era prorrogar a decisão para depois da realização da partida no Pacaembu. O argumento oficial era não mexer com o estado emocional dos jogadores. Mas na verdade, o Santos queria criar uma confusão jurídica maior para, em caso de vitória por qualquer placar no jogo desta terça, forçar a confederação a aceitar o resultado em campo. Não deu certo.

Em nota, o Santos manifestou seu “descontentamento” com a decisão.

“Não bastasse o estranhar da lenta decisão, a punição publicada não tem o menor embasamento legal ou jurídico. Além do que, pune duplamente o Santos, com a perda do jogo e a manutenção da suspensão do jogador Carlos Sánchez”, afirma o clube.

Por fim, a agremiação afirma que “irá a todas instâncias cabíveis, afim de que a justiça sobre o caso seja feita”.

O Santos tem cinco dias para recorrer à corte de apelações da Conmebol. O clube sabe que não vai conseguir reverter o resultado nesta instância, mas precisa passar por ela antes de ir à Fifa apelar. Em caso de nova derrota, a última solução seria ir ao CAS (Corte Arbitral do Esporte), na Suíça.

O time alvinegro também compreende que uma nova mudança do resultado da partida de ida, já alterado para 3 a 0, seria controversa por conta da sequência da competição. Por outro lado, o clube pode buscar uma compensação financeira pelo prejuízo ocasionado pela mudança do placar.

Há a preocupação também com a questão da segurança da partida após a decisão da entidade que organiza a Libertadores. O Santos pediu aos seus torcedores que tenham calma. Em caso de qualquer tumulto, a responsabilidade será do clube brasileiro. (Folhapress)

 


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