Advogados da campanha do presidente Jair Bolsonaro e do Partido Liberal (PL) pediram ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), neste fim de semana, que todos os perfis das redes sociais do deputado federal André Janones (Avante-MG) sejam suspensos até o fim do 2º turno, que acontece no próximo dia 30 de outubro. No documento, como divulgou a Folha de S.Paulo, a coligação de apoio a Bolsonaro diz que Janones tem cometido “abuso dos meios de comunicação” para divulgar informações mentirosas e pedir o compartilhamento de publicações depreciativas ao presidente.
“[O deputado] vem se utilizando de suas redes sociais, ostensivamente, como verdadeira fábrica de fake news, para divulgar e incentivar o compartilhamento em massa de publicações de conteúdo sabidamente falso, além de promover maliciosas ações coordenadas com o objetivo desvelado de esvaziar a eficácia das decisões proferidas pela Justiça Eleitoral”, diz trecho do documento.
Em resposta, Janones chegou a publicar uma postagem em seu Twitter, agradecendo às manifestações de solidariedade depois da ação de Bolsonaro e do PL. “Peço que não façamos esse debate por aqui, pois ele deve ser travado nos tribunais. Nada de jogar o povo contra a justiça. Somos democratas e respeitamos a lei”, escreveu, completando que cumpriu “todas as decisões emanadas pela justiça”. O deputado ainda afirmou na internet, que irá se antecipar aos advogados de Bolsonaro e irá colocar suas informações de seus sigilos bancários, fiscal e telefônico à disposição da Justiça Eleitoral.
A ação, ainda sem resposta do TSE, que se justifica por Janones publicar “mentiras”, no entanto, pode ser por que o deputado federal mineiro tem liderado o ranking de políticos mais influentes no Twitter e no Facebook ao lado do presidente. Quem trouxe os dados foi a Agência MAP Brasil, empresa focada em comunicação e desenvolvimento de negócios para marcas, artistas e personalidades do entretenimento. Bolsonaro concentrou cerca de 30% das interações com perfis de políticos feitas no período e, na sequência, aparece Janones, com 18%.
O documento, porém, tem 53 páginas, e inclui diversas publicações de Janones e trechos de entrevistas concedidas pelo deputado à Folha e outros veículos de comunicação. Ainda de acordo com os advogados, o deputado mineiro eleito estaria fazendo uma “campanha difamatória” contra Bolsonaro, com apoio da campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que justificaria uma “intervenção firme e imediata da Justiça Eleitoral”.