Prestes a completar cinco do episódio em que Jair Bolsonaro levou uma facada, caso que acontece no dia 6 de setembro de 2018, Adélio Bispo de Oliveira, responsável pelo crime continua preso na Penitenciária Federal de Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Apesar disso, seu destino não está traçado apenas com essa condenação, já que existe um impasse sobre se ele continua na unidade ou se vai para um hospital psiquiátrico.
Isso por que, atualmente , Adélio Bispo é considerado um perigo para sociedade, mas se recusa a tomar remédios que complementam o tratamento apropriado para o transtorno delirante persistente, distúrbio que fez a Justiça considerá-lo inimputável, ou seja, sem condição de responder por seus atos.
A melhora do criminoso, inclusive, parece improvável por que, apesar dos laudos psiquiátricos recentes sugerirem um agravamento do estado de saúde mental de Adélio Bispo, segundo reportagem da Folha de S.Paulo, ele evita os banhos de sol, quase não fala com outros presos, não recebe visitas de familiares, não reconhece ter doença mental e afirma que os remédios ofertados a ele são desnecessários e causam efeitos colaterais.
Só que, ainda segundo a Folha, relatos de profissionais que o atendem é de que ele continua com delírios recorrentes, com manias de perseguição e falas desconexas sobre política, religião e maçonaria, além de não indicar arrependimento pela tentativa de assassinato.. Em momentos de aparente lucidez, porém, ele já teria revelado o sonho de voltar à liberdade, de retornar a Minas Gerais, ficar perto da família e trabalhar.
Enquanto isso, a Defensoria Pública da União (DPU) – que assumiu a defesa de Adélio e sua curadoria, isto é, a responsabilidade legal – tenta a transferência para um local onde Adélio tenha condições de progredir para a ressocialização, mas isso se torna um obstáculo por que a Justiça é contra, sob a justificativa de que ele ainda é perigoso e corre risco de vida fora da cadeia.
Vale lembrar que a Polícia Federal, em dois inquéritos, concluiu que Adélio Bispo agiu sozinho no crime de 2018, ou seja, sem o envolvimento de mandantes ou comparsas, e que foi movido por discordâncias políticas. No ano passado, as investigações foram reabertas com foco no financiamento dos advogados que o defenderam inicialmente, mas nada foi comprovado.