23 de dezembro de 2024
Ucrânia

Rússia toma controle da maior usina nuclear da Europa após fim de incêndio

Chamas foram extintas nas primeiras horas desta sexta.
Apesar de cidades estratégicas estarem sob cerco russo e embates continuarem ocorrendo pelo país, o 9° dia de conflito começou com uma redução de tensões, após o incidente não ter escalado para uma catástrofe nuclear. Foto: Gabinete da Presidência da Ucrânia
Apesar de cidades estratégicas estarem sob cerco russo e embates continuarem ocorrendo pelo país, o 9° dia de conflito começou com uma redução de tensões, após o incidente não ter escalado para uma catástrofe nuclear. Foto: Gabinete da Presidência da Ucrânia

Após bombeiros conterem o fogo que se alastrou em parte da usina nuclear de Zaporizhzhia, no sudeste da Ucrânia, autoridades do país confirmaram que tropas russas assumiram o controle do local na manhã desta sexta-feira, 4 (madrugada em Brasília). Apesar de cidades estratégicas estarem sob cerco russo e embates continuarem ocorrendo pelo país, o 9° dia de conflito começou com uma redução de tensões, após o incidente não ter escalado para uma catástrofe nuclear. A usina é a maior da Europa.

O fogo começou nas primeiras horas desta sexta (ainda na noite de quinta em Brasília) após um ataque russo, segundo as autoridades ucranianas, fazendo crescer um temor de uma possível explosão de reator. O serviço de emergências da Ucrânia confirmou que chamas foram extintas nas primeiras horas desta sexta.

“Às 6h20 (1h20 em Brasília) o incêndio na (…) usina nuclear Zaporizhzhia em Energodar foi extinto. Não há vítimas”, informou um comunicado. A administração militar regional disse que há danos no compartimento do reator nº 1, mas que não afetam a segurança da unidade de energia.

Já na manhã de sexta, o porta-voz do Ministério da Defesa da Rússia, Igor Konashenkov, fez um pronunciamento e culpou sabotadores ucranianos pelo ataque à usina nuclear, o que classificou como uma provocação. Ainda de acordo com Konashenkov, a usina nuclear está operando normalmente e a área estaria sob controle russo desde 28 de fevereiro.

“No entanto, ontem à noite no território adjacente à usina, foi feita uma tentativa do regime nacionalista de Kiev de realizar uma provocação monstruosa”, disse.

Reunião de emergência

O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, disse que buscará uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) em razão do ataque das tropas russas à usina nuclear de Zaporizhzhia.

O gabinete de Johnson informou em comunicado que ele conversou com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, nas primeiras horas da manhã desta sexta-feira. O primeiro-ministro afirmou que o Reino Unido abordará imediatamente a questão da reunião de emergência com a Rússia e com parceiros próximos.

Johnson e Zelensky também concordaram que a Rússia deve paralisar imediatamente o ataque e permitir que os serviços de emergência tenham acesso irrestrito à usina. “O primeiro-ministro disse que as ações imprudentes de Putin agora podem ameaçar diretamente a segurança de toda a Europa”, declarou o gabinete no comunicado.

Movimentação militar

Apesar dos pedidos de cessar-fogo de autoridades como o presidente americano, Joe Biden, e do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, até que se resolvesse a situação na usina, movimentações militares continuaram a acontecer em todo o país. Em Ojtirka, cidade localizada na região de Sumi, as forças russas realizaram novos bombardeios, deixando a população sem eletricidade e aquecimento, de acordo com o chefe da Administração Militar Regional, Dmytro Zhivitski.

“Em princípio, toda a região de Sumi é agora uma terra do inferno, que está sendo destruída pelas tropas russas”, escreveu Zhivitski em uma publicação no Twitter.

Em Mariupol, forças ucranianas continuam no controle da cidade, porém a infraestrutura civil está cada vez mais danificada em função dos bombardeios russos, informou um relatório de inteligência do Reino Unido. De acordo com as informações britânicas, a cidade continua cercada por soldados russos e das regiões separatistas de Donbass, reconhecidas pela Rússia como as repúblicas populares de Donetsk e Luhansk. (Com agências internacionais).


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