No segundo trimestre de 2021, o Produto Interno Bruto (PIB) goiano teve alta de 4,4% em relação ao mesmo período de 2020 — de acordo com o Boletim da Economia Goiana, produzido pelo Instituto Mauro Borges (IMB).
O estudo aponta que neste período houve sinas de recuperação do processo produtivo em Goiás, sobretudo pelo desempenho de setores como pecuária, indústria, serviços e comércio, ou seja, em comparação com abril, maio e junho de 2020, início da pandemia da covid-19.
O Boletim da Economia Goiana acompanha o desempenho dos principais setores que compõem o PIB, ao identificar o impacto causado pela nova conjuntura após a instauração da crise sanitária mundial. Os avanços ficam explícitos pelo crescimento dos diversos setores da economia no período. A agropecuária avança no abate de bovinos (11,6%), suínos (17,6%) e aves (29,5%), e a safra do arroz chegou a 29,6%.
Também em crescimento, a indústria no estado cresceu 0,7%, na comparação com o mesmo período do ano passado. O setor de serviços obteve avanço de 8%.
Em sua fala, o governador Ronaldo Caiado destacou que sua preocupação em salvar vidas em meio à pandemia e com medidas também para proteger a economia deram certo.
“Nada melhor do que, depois de passar o pior momento da pandemia, fazer uma análise de consciência e saber que nós acertamos. Primeiro, salvar vidas e também dar garantia às pessoas que ampliaram sua vulnerabilidade”, frisa Caiado.
O governador ressalta que a estrutura política montada pelo estado e programas sociais ajudam a mitigar os impactos da pandemia e, claro, eleva os números do crescimento.
“São ações conjuntas no Estado de Goiás para trazer o crescimento e absorver a mão de obra”, destaca o governador.
O secretário-geral de Governo, Adriano da Rocha Lima, sintetiza explicando que as ações do governo refletem no crescimento da economia e que o governo de Goiás vem acertando no que tange a esses pontos.
“Essas leituras de cenário são cruciais para definir as ações de governo a serem adotadas com vistas a ampliar os avanços conquistados, e dirimir os entraves identificados em pontos da economia que estão sentindo os efeitos mais negativos advindos da pandemia como, por exemplo, os setores de turismo e eventos”, avalia o secretário.
De acordo com o titular da Secretaria de Indústria, Comércio e Serviços, José Vitti, o estudo do IMB aponta mudanças importantes em todos os setores da economia e prevê bons momentos econômicos para o estado.
“Vivemos, no ano passado, momentos de muitas incertezas, baixo crescimento econômico, PIB em queda e desemprego acelerado. Agora, em 2021, o cenário é diferente e o governo faz a sua parte ajudando, especialmente, micro e pequenos empresários a manter ou reabrir suas portas”, comentou Vitti.
Agropecuária
A pesquisa trimestral elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que houve um incremento no abate de bovinos (11,6%), suínos (17,6%) e aves (29,5%) neste segundo trimestre, o que fez Goiás subir duas posições no ranking dos Estados, ocupando a terceira posição, ao ultrapassar São Paulo e Minas Gerais. Em números percentuais, Goiás respondeu por 11,1% do total de cabeças abatidas no Brasil, sendo 780.784 de bovino; 487,8 mil de suíno e 112.780.409 de frango.
Na agricultura, os avanços foram notados no crescimento da produção de arroz, feijão e mandioca, sendo essa última a matéria-prima eleita para compor a produção cervejeira goiana em programa conduzido pela Secretaria da Retomada, em parceria com a iniciativa privada. A produção estadual da mandioca apresentou um aumento de 10,9%, passando de 168.631 toneladas, no segundo trimestre de 2020, para 187.083 neste segundo trimestre.
Já a safra do arroz deu um salto de 29,6%, passando de 96.316 em 2020 para 124.850 no segundo trimestre de 2021, segundo dados do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola, feito pelo IBGE.
Indústria
O segundo trimestre de 2021 mostrou um crescimento de 0,7% da indústria goiana, em paralelo ao mesmo período do ano passado, alavancado pelos serviços industriais de utilidade pública, a indústria extrativa e, principalmente, a construção civil.
De acordo com a Pesquisa Industrial Mensal (PIM), do IBGE, quatro atividades da indústria acumularam resultados positivos em 2021: fabricação de veículos automotores; de produtos minerais não metálicos; de produtos químicos e extrativa. O crescimento da fabricação de produtos minerais não metálicos demonstra que o setor da construção civil começa a dar sinais de recuperação, já que a atividade é a principal fornecedora de insumos para o setor.
Serviços
O setor de serviços apresentou um crescimento de 8% no segundo trimestre de 2021. Mesmo com a pandemia de Covid-19, a área tem conseguido manter a trajetória de crescimento, principalmente por permitir que as vendas sejam realizadas mesmo sem a presença física do consumidor nos estabelecimentos comerciais.
Entre os principais índices de crescimento apresentados estão atividades profissionais, científicas, técnico-administrativas e serviços complementares (12,3%); transporte (14,7%) e comércio (26%).
No acumulado do ano, o setor já apresenta acréscimo de 13,9%. As atividades de serviços de informação e comunicação (2,1%), serviços profissionais, administrativos e complementares (26,6%) e transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (16,6%) continuam com taxas de crescimento consistentes, pois são serviços que, em geral, podem ser prestados de maneira não presencial.
Comércio
O bom desempenho do setor de comércio neste segundo trimestre de 2021 deve-se aos setores da indústria e de serviços, que também apresentaram resultados positivos no período. Devido a série de restrições resultantes da Covid-19 no mesmo período do ano passado, esse ano apresentou o maior resultado positivo de uma série histórica, alcançando 4,4% no acumulado em 12 meses.