O presidente da Câmara dos Vereadores de Goiânia, Romário Policarpo (Patriota) não poupou críticas ao projeto do vereador Paulo Magalhães (União Brasil) que proíbe a utilização de estádios de futebol em Goiânia em jogos realizados antes das 20 horas. Policarpo que também é membro da diretoria do Vila Nova, disse que o texto “já nasce morto” e trata-se de um “assunto idiota”. O parlamentar concedeu entrevista a BandNews Goiânia nesta quinta-feira (22/05).
O texto afeta diretamente os três clubes da capital que disputam as duas principais divisões do Campeonato Brasileiro: Goiás, Vila Nova e Atlético Goianiense. Pelo projeto, apenas o estádio Serra Dourada poderia receber jogos com grandes públicos. Ele alega, que partidas na Serrinha, no Onésio Brasileiro Alvarenga (OBA) e no Antônio Accioly causam prejuízos ao “direito de ir e vir” da população. Se aprovada, os espaços poderão ser usados em dias de semana apenas após as 20 horas.
Policarpo destacou que respeita todos os parlamentares, mas não poupou ataques ao projeto de Paulo Magalhães. “Esse projeto em especial, eu deixo claro e pode registrar: se esse projeto for aprovado na Câmara dos Vereadores eu como um saco de esterco no final dele. É uma das coisas mais absurdas que eu já vi e que foram apresentadas na Câmara Municipal. Se for aprovado, eu como um saco de esterco no dia da sanção dele”, disparou.
Romário disse que a matéria penaliza os clubes e lamentou que parlamentares não se movimentam em ajudá-los de forma prática. “Não vejo ninguém parabenizando o Goiás, Vila e o Atlético por tirar crianças das ruas com práticas esportivas, fazendo escolinha nos três clubes de graça. Tem muita gente aparecendo por cima do futebol”, reclamou. Para ele, alguns vereadores utilizam-se de clubes apenas para uso político.
Policarpo destacou que não cabe projeto de lei para regulamentar horários de jogos de futebol. “Os estádios foram construídos e aprovados por lei e essas leis, inclusive, o Código de Posturas e o impacto da região quando foram aprovados”, explicou ao destacar que a matéria já “nasce morta” e não deverá ser aprovada por seus pares.
“Esse tipo de projeto não passa na Câmara. Na verdade, o projeto só atrasa os serviços da casa que poderia estar debatendo coisas importantes para a cidade. Temos uma Câmara de Vereadores muito ligada ao esporte. E não é nem questão de esporte. É questão de cidade. Se a Câmara fizesse isso seria uma afronta aos clubes de futebol da capital. É o tipo de lei que nasce morta dentro da Câmara. Obviamente, vai ter que ter o debate e vamos ter que perder tempo para discutir o óbvio”, concluiu.
Procurada, a assessoria do vereador Paulo Magalhães disse que o parlamentar não comentaria as declarações do presidente da Câmara.