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Cidades
| Em 2 meses atrás

Rios secos refletem estiagem mais acentuada em Goiás nos últimos anos

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Em Goiás, alguns rios, além do Rio Araguaia, têm enfrentado seca e degradação ambiental que geram efeitos inéditos em determinados pontos. Áreas inteiras de canais longos e largos, comumente tomados pela água e repletas de peixe, estão na terra, algo inédito, segundo a população local. Na região de Faina, o Rio do peixe é o principal rio que abastece o município e está extremamente seco.

Com isso, muitas pessoas que dependem diretamente da água desses rios têm enfrentado problemas. O Rio do Peixe fornece cerca de 95% da água consumida. A captação de água é feita na margem do rio. Um decreto publicado no dia 9 de outubro declarou situação de calamidade pública no município após todos os moradores ficaram sem água. Segundo a prefeitura, o desabastecimento foi causado pela falta de chuvas.

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Na região de Faina, o Rio do peixe é o principal rio que abastece o município e está extremamente seco. (Foto: @mateus_santos_062).

Outro local em Goiás bastante afetado pela seca é o Rio Bocaina na cidade de Itapirapuã. Segundo registro de moradores, o local está coberto por pedras e uma das grandes preocupações além do abastecimento, é a destruição das nascentes, das matas ciliares e uma possível captação ilegal de água para pivôs, na prática, ações humanas que estão refletindo negativamente na natureza.

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Rio Bocaina na cidade de Itapirapuã está coberto por pedras. (Foto: Reprodução/@aruanarioaraguaia).

O Rio Claro, que nasce na Serra do Caiapó e deságua no Rio Paraíba, tem enfrentado uma seca que tem gerado preocupação. O rio abastece Jataí e Caçu, e passa por pelo menos oito municípios. O Rio das Almas na região de Jaraguá também registrou situação de seca extrema, assustando moradores que estavam acostumados com a abundância de água no local.

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O Rio das Almas na região de Jaraguá também registrou situação de seca extrema. (Foto: Reprodução/@aruanarioaraguaia).

Ao Diário de Goiás, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) explicou que esse ciclo de estiagem ocorre todos os anos, com maior ou menor intensidade. Durante o período de estiagem, a disponibilidade hídrica diminui e os órgãos de gestão ambiental e de abastecimento precisam utilizar instrumentos de gestão para assegurar que o abastecimento da população sofra o menor impacto possível.

Com o retorno das chuvas, acontece a recarga hídrica dos rios de Goiás e o poder público já começa a se preparar para o próximo ciclo.

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Em uma comparação com os anos anteriores, a estiagem de 2024 foi mais acentuada em razão do fenômeno climático El Niño, que resultou na elevação da temperatura global e na alteração do regime de chuvas, em especial no Centro-Oeste brasileiro. Para 2025, a Semad afirma que ainda trabalha na elaboração de prognósticos com base em projeções meteorológicas para o ciclo de chuvas que se inicia. A análise e a execução de medidas de planejamento estão em curso.

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Elysia Cardoso

Jornalista formada pela Uni Araguaia em 2019