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Política
| Em 2 horas atrás

Rinoceronte vereador: conheça a história de Cacareco, o animal candidato que recebeu 100 mil votos em SP

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Em 1959, um animal não só concorreu às eleições, como obteve votos suficientes para ser eleito e ainda formar uma bancada na Câmara Municipal de São Paulo. O rinoceronte Cacareco, uma das principais atrações do Zoológico da capital paulista à época, foi inscrito como candidato às eleições municipais em forma de protesto de insatisfação dos eleitores, mas acabou recebendo 100 mil votos.

A campanha de Cacareco, lançado como candidato por iniciativa do jornalista Itaboraí Martins do jornal O Estado de S.Paulo, contou com santinhos e até um jingle: “Cansados de tanto sofrer e levar peteleco, vamos agora responder votando no Cacareco”. A mobilização popular foi tão grande, que o rinoceronte vereador foi a escolha de algo entre 95 mil e 100 mil eleitores, conforme estimativas, já que naquela época as eleições aconteciam com cédulas de papel onde os votantes escreviam o nome do candidato.

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Oficialmente, todos os votos registrados para Cacareco foram considerados como nulos, mas, o rinoceronte de 230 kg mostrou que, apesar de ser um animal, era um candidato de peso para desbancar os oponentes na disputa pelo pleito. Como foi emprestado do Zoológico do Rio de Janeiro como uma das atrações principais da inauguração do Zoo de São Paulo, o rinoceronte foi devolvido à sua casa no RJ dois dias antes das eleições municipais, realizadas no dia 4 de outubro de 1959.

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Cacareco foi o primeiro rinoceronte nascido em cativeiro no Brasil. Na data do pleito ele já tinha cinco anos de idade e chegou a viver mais três anos após o episódio da eleição, pouco para um rinoceronte, cuja expectativa de vida é de cerca de 45 anos. Até onde se sabe, Cacareco também foi o primeiro animal selvagem candidato a cargo público no Brasil.

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Luana Cardoso

Atualmente atua como repórter de cidades, política e cultura. Editora da coluna Crônicas do Diário. Jornalista formada pela FIC/UFG, Bióloga graduada pelo ICB/UFG, escritora, cronista e curiosa. Estagiou no Diário de Goiás de 2022 a 2024.