A Viação Reunidas (VR), uma das concessionárias do transporte coletivo da Região Metropolitana de Goiânia, anunciou neste domingo (14) a suspensão temporária das operações. A empresa alega que manteve os serviços operando no prejuízo por quase 90 dias. A Viação Reunidas já comunicou à CMTC a suspensão do trabalho.
O último dia de operação da VR foi no sábado (13). A empresa tem, atualmente, mais de 400 funcionários. Eles ainda não receberam salários e vale alimentação referentes ao mês de maio. Segundo o diretor executivo, Henrique Vinícius da Paz, sendo uma sociedade anônima, a Reunidas tem balanços publicados e auditados regularmente e afirma que “o problema existente não se trata de má de gestão, muito pelo contrário”.
As dificuldades financeiras das concessionárias são citadas frequentemente pelo Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo e Passageiros de Goiânia e Região Metropolitana (SET). A entidade alega que, após a determinação do governo estadual de que, a partir de 20 de março, os ônibus poderiam transportar apenas passageiros sentados, as empresa não têm crédito para pagar funcionários e fornecedores.
Segundo a Viação Reunidas, não havia outro caminho até haver uma análise favorável de crédito bancário já solicitado, ou um dos planos de recuperação do sistema em discussão com o poder público terem efetividade.
“Em virtude da drástica redução na demanda, que chegou em 80% após o primeiro decreto estadual definindo a quarentena, as empresas perderam sua capacidade de pagamento, uma vez que a receita foi fortemente comprometida com a diminuição de passageiros e a determinação de somente transportar somente passageiros sentados. Com a reabertura parcial das atividades da cidade esse índice se manteve baixo, em cerca de 30-40% do fluxo usual antes da pandemia. Esse é apenas um dos motivos que fizeram com que a Reunidas chegasse a esse momento crítico”, explica o presidente do SET, Adriano Rodrigues Oliveira.
Um plano emergencial para socorrer as concessionárias foi proposto pelo governo do estado em maio e aprovado pelas empresas e órgãos de controle. “Estávamos esperançosos. Do valor que o e apontou de déficit de custeio operacional das empresas – R$ 23,5 milhões – a parte destinada à Reunidas seria de R$ 2,5 milhões, referentes somente a março e abril, sem contar maio e parte de junho. Se esse recurso tivesse saído, não teríamos chegado neste momento,” avalia Henrique.
A proposta, porém, ainda não foi viabilizada pela Justiça. “Outros caminhos estão sendo buscados, mas sem a agilidade necessária para o socorro imediato. Esse trabalho do Governo reforça a visão, que tem de ser de todos, de que o Transporte Coletivo é um serviço público, essencial, e direito de todo cidadão e responsabilidade dos governos”, disse Oliveira.
Conforme relato do SET, o “retrato da VR hoje é, infelizmente, um espelho do que está acontecendo com o sistema”. “O risco de outras empresas entrarem em colapso é real”, completa.
Continuidade do atendimento
A Viação Reunidas opera nas regiões oeste e noroeste. Enquanto não há linha de crédito bancário aprovada ou uma solução vinda do poder público, responsável pelo transporte público coletivo e por oferecer à população o serviço essencial, a empresa espelho Rápido Araguaia irá assumir e executar os serviços da área atendida pela VR, sem deixar qualquer prejuízo para os passageiros que precisam do transporte para se deslocar.
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