Suspensas pelo decreto do governo estadual de 30 de junho, as cirurgias eletivas ainda não têm definição sobre retorno na rede credenciada do Instituto de Assistência dos Servidores Públicos do Estado de Goiás (Ipasgo). A expectativa, porém, é que um novo decreto, na próxima semana, libere novamente os procedimentos, mas ainda não há certeza.
“Fizemos a suspensão das cirurgias eletivas atendendo o decreto. Estamos prestes a ter um novo decreto. Se for no sentido de tanto o governo estadual quanto a municipalidade, vamos fazer a remarcação. Os demais ocorrem normalmente. Era necessário suspender as cirurgias eletivas para ter maior disponibilidade de leitos (para tratamento de Covid-19)”, explicou o presidente Hélio José Lopes, em entrevista à Rádio Bandeirantes Goiânia.
O Ipasgo aguarda os dispositivos do novo decreto para saber se será possível retomar o agendamento das cirurgias eletivas e do atendimento ambulatorial completo, atualmente limitado a 50%. ” O governador Ronaldo Caiado já esteve conversando com o prefeito Iris Rezende. Possivelmente essa decisão sai na próxima terça. Há a sinalização de uma abertura maior. Estava muito fechado”, disse Lopes. O novo presidente do plano reconhece que há filas, mas garante a remarcação dos procedimentos o mais breve possível. “Entendo que o usuário pode esperar um pouquinho”, afirmou.
Revolta
A professora Iêda Leal, tesoureira do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego), afirma que há revolta dos usuários do Ipasgo pela suspensão de serviços. “Nunca existiu a suspensão do atendimento. Isso é que nos causa mais revolta. Dizer que não vai atender é de uma irresponsabilidade muito grande”, assevera.
Ela destaca que não há suspensão do desconto no salário dos servidores para contribuição do Ipasgo, mesmo com o atendimento paralisado. “A gente contribui religiosamente em dia. A gente quer a oferta do serviço. Eu posso até não precisar, mas não posso conviver com essa história de que vão suspender qualquer tipo de ação. Tem que haver o cuidado com a saúde, para que ninguém possa adoecer mais, mas temos que saber que nosso plano está a postos para nos atender. Estamos lutando para que tenhamos nosso plano preservado”, pontuou Leal.
Atendimento à Covid-19
Com o Hospital do Servidor cedido ao estado de forma emergencial para se tornar uma unidade de campanha contra a Covid-19, o Ipasgo precisou contratar novos leitos em outros hospitais. A maioria deles está com ocupação média de 85%, mas o Hospital Garavelo, um dos maiores, teve um desafogo no último balanço, reduzindo ocupação para 66%. Se necessário, o instituto garante que contratará mais leitos.
“A gente está comprando. O Ipasgo tem buscado em outras regionais. Estamos com dificuldades em Ceres, que há alguns pacientes. Para não transferir todos do interior para a capital, estamos buscando fazer alocações dada a necessidade”, disse o presidente Hélio Lopes.
Sobre a gestão, o novo presidente do Ipasgo, que atualmente tem 625 mil usuários, diz que o balanço financeiro é equilibrado. “Não tem dinheiro sobrando, mas está em dia”, pontua. “Estamos muito próximos de estar rigorosamente em dia com todos os nossos prestadores. Se entrarmos num momento em que a pandemia não tire nossa tranquilidade, a previsão é encerrar 2020 com superávit”, afirmou.
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