Em reunião nesta quarta-feira (28), o Comitê de Operações Emergenciais de Enfrentamento ao Coronavírus (COE) autorizou a retomada das aulas presenciais nas instituições de ensino de Goiás.
A liberação se dá após o estado ter atingido os índices estipulados pelo colegiado para a retomada. São eles: manter a taxa de internação em UTIs inferior a 75% por quatro semanas seguidas e queda nas mortes por covid-19 também por quatro semanas consecutivas.
A autorização do comitê não implica em um retorno automático das aulas presenciais. A Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO) ainda deve fazer uma nota técnica confirmando a posição do colegiado.
As escolas também não devem ser obrigadas a retomar atividades presenciais, uma vez que resta pouco mais de um mês para o fim do ano letivo. As instituições que voltarem precisarão seguir um protocolo sanitário e também assinar um termo de responsabilidade.
Segundo a Secretaria Estadual de Educação (Seduc), a liberação do COE será analisada. Existe a possibilidade de que somente estudantes do segundo e terceiro anos do ensino médio, que têm o Enem pela frente, frequentem aulas presenciais. Aqueles que não tiveram acesso às aulas remotas também podem ser chamados. As unidades escolares poderão funcionar com até 30% da capacidade máxima.
A Seduc informou também que debaterá o retorno com Ministério Público, Sindicato de Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego) e representantes de pais e estudantes “para que seja garantido o ensino/aprendizagem para os estudantes como está ocorrendo em todo o período da pandemia”.
Sindicato é contra retorno
O Sindicato dos Professores do Estado de Goiás (Sinpro), que representa os profissionais do setor privado, mais propenso a aderir ao retorno, discorda da retomada nos meses finais de 2020. Ao Diário de Goiás, o presidente da entidade, Railton Nascimento, afirmou que novembro deveria ser utilizado para planejar um retorno no próximo ano
“Se o COE sinaliza que há condições sanitárias, o que é questionável, o que deve haver é um planejamento para 2021”, destaca. Ele cita ainda que o mês de novembro é de finalização. “Os professores estão cansadíssimos. Não é hora de expo-los a dar aula presencial”, avalia.
Nascimento acredita que grande parte das instituições privadas não deve retornar. Das que voltarem, a maioria deve ser, estima, da educação infantil e de anos iniciais do ensino fundamental. Ele garante que o Sinpro fiscalizará o cumprimento do protocolo estabelecido pelo COE para reduzir riscos de contação.
“Mesmo que algumas instituições queiram voltar, deve se seguir com muito rigor uma série de exigências. Essa retomada é gradual, o pai não é obrigado a mandar seu filho. Aqueles que insistem em convocar professores, que sigam à risca o protocolo de biossegurança”, completa.
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