Relatório divulgado pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), revelou-se que o ex-presidente Jair Bolsonaro, filiado ao PL, recebeu a impressionante soma de R$ 17,1 milhões em suas contas através de 769 mil transações por Pix, realizados por apoiadores. A informação é do Jornal Estadão.
O período abrange de 1º de janeiro a 4 de julho de 2023, quase a totalidade do montante de R$ 18.498.532 que circulou em suas contas ao longo do ano. As origens e finalidades desses vultuosos valores estão sendo questionadas, levantando suspeitas sobre o ex-presidente.
Vaquinha e Doações Polêmicas
Ainda, conforme a publicação do Estadão, uma possível explicação para o ingresso desses recursos é a vaquinha promovida pelos apoiadores de Bolsonaro para quitar multas processuais. Parlamentares do PL lideraram a campanha de doações, iniciada após a inelegibilidade do ex-presidente ser confirmada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Entre os doadores, destacou-se o ex-assessor de Flávio Bolsonaro, Fabricio Queiroz, envolvido no caso das “rachadinhas”, que transferiu R$ 10. No entanto, o ex-presidente se manteve em silêncio sobre os detalhes da arrecadação, prometendo divulgar os valores posteriormente.
Funcionária Fantasma e Transferências Suspeitas
Outro ponto controverso levantado pelo relatório do Coaf é o repasse de R$ 3,6 mil para Walderice Santos da Conceição, conhecida como Wal do Açaí. A Procuradoria da República no Distrito Federal a apontou como “funcionária fantasma” de Bolsonaro por mais de 15 anos. Esse fato aumentou as indagações sobre a lisura de suas movimentações financeiras.
O relatório, ainda mostrou, que a empresa Bolsonaro Digital, registrada em nome da família Bolsonaro, cujos sócios são o ex-presidente e seus três filhos. Registros bancários que indicam parte dos recursos arrecadados por meio do Pix foram convertidos em aplicações financeiras. As dúvidas sobre o uso desses valores ganham força diante da falta de transparência e divulgação adequada por parte do ex-presidente.
Campanha Política e Polêmicas
Após deixar a presidência, Bolsonaro assumiu o cargo de presidente de honra do PL, recebendo um salário mensal de R$ 39 mil. Além disso, ele recebe aposentadoria do Exército e outra da câmara dos deputados, totalizando uma renda mensal que ultrapassa os R$ 75 mil. Essa riqueza não passou despercebida pelas autoridades, que questionam a origem de tão expressivos valores.
O relatório do Coaf, encaminhado à CPI do 8 de janeiro, lança luz sobre as movimentações financeiras de Bolsonaro em 2023 e alimenta ainda mais as especulações sobre suas fontes de renda e a maneira como esses recursos foram aplicados. A falta de informações claras do ex-presidente só reforça a necessidade de investigações mais detalhadas sobre esse complexo, um quebra-cabeça financeiro.
Diante das graves suspeitas, a CPI e as autoridades competentes devem aprofundar as investigações para esclarecer o verdadeiro destino desses milhões e se houve, de fato, irregularidades nas movimentações bancárias do ex-presidente Bolsonaro. Somente uma apuração rigorosa poderá trazer respostas aos questionamentos levantados.
Leia mais sobre: ex-presidente / pix / Brasil