O reitor interino da Universidade Estadual de Goiás (UEG), Ivano Devilla, renunciou ao cargo na noite desta quinta-feira (19). Ele ocupava o posto desde abril e formalizou a saída numa carta pública.
De acordo com Devilla, existia uma “interinidade sem data para terminar”. O agora ex-reitor reclamou da demora do governo estadual para solucionar a questão ainda em 2019. Quando assumiu a reitoria da universidade, ele acreditava na realização de uma eleição até o mês de junho. Na carta, Devilla cita a crise vivida pela instituição e ressalta a importância de um pleito democrático para a escolha do novo reitor.
“A UEG atravessa a mais grave crise de seus 20 anos. Sabemos que só se sai de crises com participação e decisão plural. A renúncia do reitor Haroldo Reimer me levou a interinidade na reitoria. Esta interinidade já dura seis meses, Minha história é toda ligada ao Campo Democrático, e por esta razão, não acredito em uma interinidade sem data para terminar”, declarou.
Devilla estava no cargo desde 31 de março, quando Reimer deixou o cargo após denúncia de irregularidade no uso de verbas do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). À época, ele justificou que se concentraria em sua defesa e não iria atrapalhar a gestão da UEG.
Ao assumir a reitoria na interinidade, Devilla fez um requerimento, por meio do Conselho Superior Universitário (CSU), à Secretaria de Estado de Desenvolvimento e Inovação (Sedi) para realizar uma eleição definitiva, para conferir ao novo reitor o mandato de quatro anos, ainda em junho. O regimento da instituição, por outro lado, prevê um pleito tampão até agosto de 2020. A Sedi negou o pedido do CSU, que então recorreu à Controladoria Geral do Estado (CGE). Não houve resposta do governo.
Depois da ausência de posicionamento, o CSU optou por realizar a eleição para um mandato tampão. A previsão é que o nome que fosse escolhido tomaria posse entre outubro e novembro deste ano. A UEG informou que o edital para iniciar o processo eleitoral seria lançado nos próximos dias. Todavia, o reitor interino desistiu da espera.
Na carta pública, Devilla reiterou a necessidade de “eleições livres, democráticas com participação de professores, alunos e servidores”. De acordo com ele, a renúncia vem “para que o futuro aconteça”. O ex-reitor promete, no entanto, permanecer trabalhando em prol da UEG.
“Estarei atuante neste futuro como sempre estive no passado e estou no presente. É hora da Comunidade Universitária decidir sobre esse futuro e a interinidade do cargo de Reitor está nos congelando”, frisou.
Com a saída de Devilla, o governador Ronaldo Caiado pode indicar um interventor na universidade, pois, de acordo com a própria instituição, não há pró-reitores nomeados pelo governo e somente estes poderiam substituir um reitor que renunciou.