Os credores da Casa Goianita aprovaram em assembleia a proposta de pagamento, que consta no plano de Recuperação Judicial da empresa, elaborado pela empresa 2C Turnaround Consulting & Associates. Decisão foi tomada na última quinta-feira (5), no auditório da Associação Comercial, Industrial e de Serviços do Estado de Goiás (Acieg).
Agora, os pagamentos começarão logo após o juiz da 21ª Vara Cível de Goiânia, Marcelo Pereira de Amorim, homologar a aprovação do Plano de Recuperação Judicial. A advogada Andrea Rodrigues Rossi destacou que essa foi uma importante passo no processo de recuperação judicial, que visa o soerguimento das empresas. Na ocasião da assembleia, houve a presença de 39 credores, que juntos somam mais de 90% da dívida de R$ 22 milhões das empresas.
“O plano foi aprovado por mais de 70% dos credores presentes em termos de valor da dívida”, explica a Andrea Rodrigues Rossi. “Com relação ao pagamento, os credores receberão de acordo com as condições específicas de cada categoria conforme previsto no plano que foi aprovado”, disse a advogada.
As empresas que integram o Grupo Alvarenga, responsável pela operação da Casa Goianita, protocolaram no mês de fevereiro deste ano um pedido de Recuperação Judicial (RJ), que foi deferido em dois dias, visando a reestruturação do passivo e liquidez, adequando à capacidade de pagamento do Grupo.
O passivo é objeto do Plano de Recuperação Judicial, que foi apresentado em abril, respeitando os prazos da Lei de Recuperação Judicial e contemplando uma proposta de pagamento aos credores, que teria de ser submetido à aprovação em assembleia pelos mesmos.
A crise e o passivo não iniciaram na época da pandemia, mas houve um agravamento, de acordo com o escritório Rossi, Vicentin & Melo Advogados Associados. Recordam ainda que ao longo dos 71 anos, o Grupo Alvarenga enfrentou mudanças de planos econômicos, hiperinflação e recessão na economia.
Entre os fatores apontados pelos advogados está a concorrência com outras varejistas, o que levou a empresa a diversificar os tipos de produtos que vendia, para atender seus clientes. Além disso, o mercado já dispunha de vários concorrentes que também atuavam no segmento. O Grupo também enfrentou grave crise e problemas econômico-financeiros, em razão da grande crise financeira mundial no final de 2008, e a drástica queda da demanda de produtos e serviços no Brasil nos anos seguintes.
Outro fator foi a abertura de novas unidades. O Grupo Alvarenga expandiu suas unidades passando a ter lojas em diversos bairros em Goiânia – Setor Sul, Jardim Goiás, Setor Bueno, Setor Marista, Parque Amazônia e Campinas. A cada nova loja aberta gerava-se nova demanda de recursos para reforma do local e capital de giro para suportar os custos fixos e variáveis do ciclo econômico e financeiro do negócio. Por fim, a pandemia da Covid 19 também agravou a situação financeira.
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