O reajuste do piso dos professores da Rede Municipal de Ensino, que era esperado para ocorrer este mês de janeiro, não tem data para acontecer, informou o prefeito Sandro Mabel nesta quarta-feira (29). Fontes ligadas à Secretaria Municipal de Educação (SME) há haviam confirmado que essa atualização não seria concedida e que a Prefeitura estuda, inclusive, o parcelamento do reajuste.
Durante a agenda desta quarta, focada nas vagas para crianças do Ensino Infantil e vistoria em galpões usados pela SME, Mabel foi perguntado pelo jornalista Altair Tavares, editor-chefe do Diário de Goiás, se a prefeitura já negociou o reajuste do piso dos professores em janeiro. Ele iniciou a resposta de forma evasiva: “A gente tem o compromisso de sempre repassar o piso. Estamos trabalhando dentro disso e faremos isso todos os anos. Foi repassado o piso dos professores em setembro do ano passado, quando o prefeito [Rogério Cruz] deu uma adequada nisso, [mesmo que] de forma atrasada, mas estão reajustados”, afirmou Mabel.
Depois, falou em economia e saldo negativo no caixa como fatores a serem levados em conta para pagar o reajuste da categoria. Sobre economia, Mabel voltou a falar dos professores afastados por problemas de saúde. “Vamos fazer um trabalho para fazer as economias que estamos fazendo, puxando muita gente que estava aí de licença médica, estamos trazendo de volta. Estamos entrando com uma junta médica grande para rever todos os atestados. Nossa inteligência da Guarda Civil andou atrás de muita gente que está trabalhando em outros lugares e recebendo dinheiro da prefeitura”, pontuou.
Parcelamento ou não vai depender do caixa, afirmou Mabel
Perguntado novamente sobre se o reajuste será parcelado, o prefeito não admitiu, mas também não descartou parcelamento do reajuste do piso. “Estamos definindo. Vai depender do caixa, do recolhimento de dinheiro. [No momento] só conseguimos enxergar o caixa negativo. Não dá para dar aumento com o caixa negativo”, justificou.
Ainda alegando falta de recursos, o prefeito afirmou que muitos cargos não foram nomeados em órgãos importantes, como a Secretaria de Saúde, onde superintendências continuam vagas. “É falta de dinheiro mesmo. Eu levanto de manhã e vou resolver o dinheiro que eu coloco para comprar alimentação para a escola, para o hospital, para comprar o remédio”, disse.
Segundo ele, a prioridade é colocar “a estrutura para funcionar”. Dessa forma, justificou que não vai “nem precisa, nomear todo mundo de uma vez, com o caixa vazio”. Para não haver comprometimento nas atividades, ele afirmou que em alguns casos não está nomeando o superintendente, que tem salário maior, mas está colocando dois gerentes. “Às vezes, eu não coloco os dois gerentes e o superintendente está tocando as duas gerencias. É uma forma de nós juntarmos um dinheirinho”, argumentou, citando que também está abrindo mão do salário dele. “Qualquer 500 mil que economiza é muito dinheiro hoje em dia”, afirmou Mabel.
A reportagem tentou ouvir o Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sintego) desde segunda-feira (27), sobre a informação de que o reajuste do piso não será pago em janeiro e pode ser parcelado, mas não teve sucesso.
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