O Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran-GO) afastou quatro servidores por suspeita de corrupção. Segundo apuração preliminar realizada pelo Serviço de Inteligência da autarquia, o grupo está envolvido em um esquema de cancelamento de multas de trânsito. No total, 300 multas foram anuladas indevidamente, mas a estimativa é de que o número seja ainda maior.
O presidente do Detran-GO, Delegado Waldir, afirma que o serviço de inteligência da autarquia está atento e trabalha simultaneamente em várias frentes para prevenir e combater ilegalidades. “Não toleramos nenhuma conduta ilícita seja ela de quem for”, pontua. A autarquia está realizando auditoria nos processos para apurar a quantidade de multas canceladas indevidamente.
Como funcionava
Segundo a investigação do serviço de inteligência, os servidores cobravam de 30% a 40% do valor da multa ou o valor fixo de R$ 200 para cancelar os autos de infração. Um dos servidores envolvidos tinha acesso ao sistema do Detran-GO para cumprir decisões judiciais que determinavam o cancelamento de autos de infração.
Com a permissão, eles cancelavam autos de infração diferentes do determinado pela justiça. O Detran explica que além de lesar os cofres públicos, a ação prejudicava indiretamente o trânsito. Isso porque os infratores escapavam das multas, da pontuação e de possível penalidade de suspensão da habilitação.
Além dos quatro servidores afastados, existe a suspeita de envolvimento de mais 12 pessoas. A apuração já foi encaminhada para a Polícia Civil para a completa confirmação dos fatos. Até o momento os servidores foram afastados, ficaram sem a senha e foi iniciado um processo administrativo que pode resultar em demissão. Um deles foi exonerado.
Para evitar novas corrupções, todos os serviços sensíveis, como cancelamentos de autos de infração, de pontuação e outros, passaram a ser feitos com validação em mais de uma etapa.
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